A justiça francesa está contestando a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016. Segundo edição do Jornal Le Monde desta sexta-feira um empresário brasileiro teria dado US$ 1,5 milhão (quase R$ 5 milhões) a um filho de um integrante do Comitê Olímpico Internacional três dias antes do anúncio da cidade vencedora da disputa, em outubro de 2009.
A investigação teve inicio em dezembro de 2015, mas o jornal afirma que somente agora a justiça francesa tem provas concretas da manipulação. A transferência foi realizada pela empresa Matlock Capital Group, que teria ligações com o empresário brasileiro Arthur Cesar de Menezes Soares Filho.
A dinheiro foi transferido há Papa Diack, filho de Lamine Diack, presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) na época. Pai e filho foram banidos do esporte por acusação de corrupção e ligação com o esquema de doping de atletas russos. Lamine está preso na França.
O empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho citado pela justiça francesa é investigado no Brasil na “Operação Calicute”, um desdobramento da “Lava-Jato”, que prendeu o ex-governador do Rio Sérgio Cabral. O “Rei Arthur”, como é conhecido, tem estreita relação com Cabral, e suas empresas tiveram muitos contratos de construções ligadas aos Jogos aprovados.
O Rio de Janeiro disputava com Chicago, Madri e Tóquio o direito de receber os Jogos de 2016. No fim, a cidade brasileira bateu a candidata espanhola por 66 a 32.