Goiás é referência nacional em papiloscopia e investigação criminal

Papiloscopistas comemoram avanços dos serviços de investigação e inteligência integrada das forças de segurança contra o crime organizado no Brasil e em Goiás. De acordo com o presidente da Federação dos Peritos Oficiais em Identificação (Fenappi), Maciel Aguiar Filho, o estado de Goiás está se tornando referência no País com a criação da Agência Estadual de Inteligência. “A agência garante unificação de dados, cadastros e registros em uma única plataforma digital que otimiza o tempo dos profissionais e aumenta da qualidade das informações com segurança e riqueza de detalhes”, comemora. Em entrevista exclusiva ao Diário do Estado, o presidente informou ainda que 100 papiloscopistas e datiloscopistas serão contratos para reforçar o efetivo de investigação e inteligência da Polícia Civil goiana.

Maciel lembra a importância da papiloscopia na elucidação de crimes, identificação de criminosos, cadáveres e catástrofes, fraudes ou alterações em documentos. “Usamos a ciência e a tecnologia par criar um cadastro digital único. O Goiás Biométrico é uma plataforma digital integrada que coloca Goiás na frente de outros Estados em relação à digitalização civil e criminal por meio de biometria”. Ele destaca ainda que as facções criminosas que atuam em Goiás, especialmente dentro das unidades prisionais, foram identificadas através de investigações inteligentes, com a utilização da ciência.

“Os criminosos são organizados e a polícia precisa de criar mecanismos de investigação para desarticular quadrilhas e facções. Avançamos muito, mas precisamos de uma política de unificação eficiente e menos burocrática para que o processo de combate ao crime organizado não fique engessado”, avaliou Maciel. De acordo com o representante nacional dos papiloscopistas é preciso acabar com as fronteiras da polícia, que limitam as investigações por atribuições definidas, ao contrário do crime que não tem fronteira nem limites de atuação. “A criminalidade está sempre à frente da polícia porque não tem entraves internos”, completa.

Atualmente, os 139 peritos papiloscopistas utilizam o sistema AFIS para identificação digital para elucidar crimes em Goiás. De acordo com Maciel, esta ferramenta permite a identificação de cadáveres em decomposição, carbonizados e esqueletizados. “Em 2014 começamos a utilizar o AFIS e, desde então, temos alcançado aumentos gradativos de identificação. Em seis anos, 700 pessoas foram enterradas como indigentes pela dificuldade de identificação manual. Com a ferramenta digital, identificamos cerca de 10 corpos e informamos as famílias”, relatou.

“O papel desse profissional é muito importante para a população e para o sistema de investigação criminal e civil. Por isso comemoramos no último sábado, 3, o dia do Papiloscopista”, relatou. Na ocasião, a Fenappi homenageou o ex-diretor geral da Polícia Civil, Álvaro Cassio, o vice-governador do Estado, José Eliton, o vereador Eduardo Prado e o deputado federal João Campos, pelo empenho e compromisso em garantir melhores condições de trabalho por meio de políticas públicas, aumento de efetivo, investimento em tecnologia e reconhecimento da categoria.

Patrícia Santana

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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