Na última quarta-feira, 27 de setembro, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou para a crescente preocupação em relação à pandemia de COVID-19, especialmente com a chegada do inverno no hemisfério norte. Em uma coletiva de imprensa, ele destacou que muitos países estão subestimando a gravidade da situação, enquanto os casos aumentam na Europa e nos Estados Unidos.
Tedros Adhanom Ghebreyesus ressaltou que, mesmo após mais de dois anos desde o auge da pandemia, os níveis de vacinação entre os grupos mais vulneráveis permanecem baixos. Segundo dados da OMS, apenas cerca de 60% da população mundial está completamente vacinada, e apenas 30% recebeu pelo menos uma dose de reforço. Ele enfatizou que embora a COVID-19 possa não ser mais uma crise aguda como era no início, não podemos ignorá-la.
Maria Von Kerkhove, responsável pelo departamento técnico anti-COVID da OMS, observou que a escassez de dados sobre a circulação do vírus está se tornando um problema, já que muitos países reduziram suas atividades de monitoramento. Embora se saiba que subvariantes da Ômicron estão circulando, nenhuma delas se tornou claramente dominante.
Em agosto, a OMS classificou a EG.5, também conhecida como Eris, como uma variante de interesse. Esta mutação da Ômicron possui alterações na proteína Spike, o que pode aumentar o risco de escape imunológico.
No contexto do Brasil, o Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em 20 de setembro, apontou um ligeiro aumento nos casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) associadas à COVID-19. A maioria desses casos foi registrada nos estados do Sudeste e do Centro-Oeste, com destaque para o Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás. As informações se referem à Semana Epidemiológica 37, de 10 a 16 de setembro, com base em dados até 18 de agosto.