Após denúncia do DE, comunicação da Alego recua no tratamento com a imprensa

Após denúncia do Diário do Estado (DE), a equipe de comunicação da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) recuou no tratamento com a imprensa e adotou mudanças. Publicada no último dia 20, a matéria “Assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa quer implantar ditadura em Goiás” revelava detalhes questionáveis do método da Casa para exigir a publicação de suas matérias e teve grande repercussão entre profissionais da área.

A partir disso, os administradores mudaram o nome grupo de WhatsApp no qual os textos eram enviados de “Assessoria de Imprensa da Alego” para “Releases Alego”. Uma mensagem também foi enviada para comunicar a mudança de postura do grupo aos seus respectivos membros. “Boa tarde pessoal. Vamos continuar enviando matérias pra vocês. Caso queiram usar nossas matérias em seus meios de comunicação, fiquem a vontade. O grupo é de caráter informativo e não obrigatório”, dizia o texto.

Conforme apurado, a denúncia do DE provocou uma batalha que está sendo travada dentro da Assembleia entre o jornalista Tony Carlo, da Secretaria Técnica da Diretoria-Geral, e o diretor de Informação e Marketing, Thalles Rafael Humberto Moura, e suas respectivas equipes, em relação à autoria da determinação.

Contato

No dia 22 de setembro, o DE fez contato por e-mail com o diretor de Informação e Marketing da Alego, Thalles Rafael, cobrando esclarecimentos, mas não houve retorno. Segundo relato de uma fonte, o grupo de WhatsApp em questão e as ordens contidas nele são direcionados aos veículos contemplados com mídia da assembleia legislativa. A ameaça implícita era o do corte das verbas àqueles veículos que não atendessem as determinações.

Membro do grupo questiona sobre liberação de “mídia”
Membro do grupo questiona sobre pagamento de “mídia”

Na mesma mensagem, o departamento de jornalismo do DE encaminhou prints em anexo, nos quais alguns membros do grupo faziam questionamentos quanto ao recebimento destes valores. O DE também questionou se o mesmo grupo estava sendo utilizado para reforçar a divulgação de ações de pré-campanha à prefeitura de Goiânia do presidente da Alego, deputado Bruno Peixoto.

Grupo seria usado em benefício do presidente Bruno Peixoto (Foto: Reprodução)

A tentativa de contato foi repetida no dia 28 de setembro, via WhatsApp, com Thalles. No mesmo dia, o jornal entrou em contato com o deputado Renato de Castro, responsável pela indicação de Thalles ao cargo, e também não obteve retorno. Neste mesmo período, também foram encaminhadas mensagens ao presidente da Alego, Bruno Peixoto, que também não respondeu.

Relembre o caso

Por meio de um grupo de WhatsApp, no qual foram adicionados diversos jornalistas, assessores disparavam conteúdos e mensagens que deixavam clara a pretensão da Alego de impor uma obrigação aos veículos de comunicação de publicar seus comunicados e matérias.

Ao serem adicionados, os jornalistas, de cara, já se deparavam com um texto que dá ordens expressas a serem seguidas. “Durante a semana vamos enviar matérias relevantes aqui no grupo”, ordenava a descrição do grupo, que trazia mais imposições. “Após o envio destas matérias, o grupo será aberto e vocês têm 2 horas para enviar o link de divulgação sobre a matéria que enviamos em determinado dia e horário”.

Curiosamente, as matérias não possuíam data prévia para o compartilhamento das matérias, mas os membros recebiam um aviso prévio. Ou seja, as pessoas tinham que ficar em constante prontidão. No dia 12 de setembro, um dos membros do grupo, identificado com Matheus Roriz, cobrou o envio dos links. “Algumas pessoas não conseguiram postar tempo. Vou abrir o grupo até as 22h”, exigia.

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Lula impõe veto ao indulto de Natal para condenados do 8 de janeiro

Lula Impõe Veto ao Indulto de Natal para Condenados do 8 de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou o indulto de Natal para os condenados pelos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, marcando o segundo ano consecutivo em que o benefício é negado aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado. O anúncio foi feito na noite de 23 de dezembro, um dia antes da véspera de Natal, destacando a firmeza do governo em lidar com esses crimes.

Além disso, o indulto não será concedido a condenados por abuso de autoridade e crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção passiva. O decreto também exclui aqueles condenados por crimes hediondos, tortura e violência contra a mulher, crianças e adolescentes. Integrantes de organizações criminosas, condenados em regimes disciplinares diferenciados e aqueles que fizeram acordos de colaboração premiada também estão fora do benefício.

Por outro lado, o indulto será concedido a gestantes com gravidez de alto risco, comprovada por laudo médico. Mães e avós condenadas por crimes sem grave ameaça ou violência também terão direito ao benefício, desde que comprovem ser essenciais para o cuidado de crianças até 12 anos com deficiência.

Saúde e condições especiais

O decreto prevê o perdão da pena para pessoas infectadas com HIV em estágio terminal, ou aquelas com doenças graves crônicas sem possibilidade de atendimento na unidade prisional. Pessoas paraplégicas, tetraplégicas, cegas e portadoras do espectro autista em grau severo também serão beneficiadas.

Este decreto reforça a posição do governo em relação aos atos antidemocráticos e crimes graves, enquanto oferece alívio a grupos vulneráveis. As pessoas contempladas pelo benefício terão, na prática, o perdão da pena e o direito à liberdade.

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