Terroristas sequestram casal que estava em festival durante ataque do Hamas

Vídeo mostra militantes sequestrando casal que estava em festival durante ataque do Hamas

Um mulher de 25 anos, Noa Argamani, e seu namorado, Avinatan Or, foram filmados ao serem sequestrados de um festival de música psy trance que ocorria em Re’im, Israel, a cinco quilômetros da fronteira com Gaza. Nas imagens do vídeo postado no Telegram, o casal é sequestrado pelo que suspeita ser um grupo de militantes do Hamas.

No vídeo, é possivel ver Noa Argamani sendo conduzida em uma moto e segurada por um dos terroristas, enquanto seu namorado, Avinatan Or, é conduzido andando preso por dois homens que o imobilizam segurando seus braços para trás.

Ataques no festival

De acordo com o The New York Times, o festival de música reunia cerca de 3.500 pessoas quando sofreram o ataque cuja autoria foi reinvindicada pelo grupo palestino Hamas. Com o ataque no evento, as autoridades de segurança estimam que mais de 100 pessoas morreram.

Quando o ataque começou onde o festival ocorria, várias pessoas tentaram fugir para o sul passando por campos e entrando em um vale e uma área arborizada. O casal Noa Argamani e Avinatan Or tentou se esconder dos militantes antes de serem feitos de reféns pelo grupo.

Avinatan Or chegou a compartilhar sua localização com um amigo. “Eu e Noa estamos escondidos aqui”, escreveu Or. “Diga a eles que há uma gangue de 20 homens que está encontrando pessoas que as estão escondendo e as linchando”, diz na mensagem divulgada pelo The New York Times.

Entretanto, desde 10h de sábado, 7, ele não enviou mais mensagens e sua família conseguiu rastreá-lo até Gaza, quando perderam sinal de sua localização. Ainda no sábado, outro vídeo foi divulgado mostrando Noa em cativeiro em Gaza com as mesmas roupas de quando foi sequestrada.

A organização do festival afirmou, em comunicado pelo Instagram, que estão fazendo o que está ao seu alcance para ajudar as autoridades a encontrar os desaparecidos e que seus funcionários estão realizando buscas para localizá-los.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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