Protestos pró-Palestina e pró-Israel têm agressões ao redor do mundo

Protestos pró-Palestina e pró-Israel terminam em agressões ao redor do mundo

Entre domingo, 8, e segunda, 9, diversos protestos em prol de Israel e da Palestina terminaram em confronto em diversas partes do mundo. Houve protestos em Nova York e San Diego, nos EUA, em Berlim, na Alemanha, em Londres, na Inglaterra, e Sidney, na Austrália.

As manifestações em San Diego e em Nova York foram divididas entre manifestantes pró-Israel e pró-Palestina. Vídeos divulgados nas mídias sociais mostram manifestantes abraçados às bandeiras da Palestina e de Israel envolvidos em briga generalizada.

Em alguns cartazes, é possível ver frases como “Israel é um estado terrorista”, bem como diversas bandeiras israelenses entre manifestantes que se agridem mutuamente com empurrões, chutes e socos.

Na Europa, milhares de pessoas participaram de vigílias e protestos em Londres sobre o conflito no Oriente Médio, informou o The Guardian. Três pessoas chegaram a ser presas pela Polícia em meio às manifestações em Londres.

A guerra

Neste sábado, 7, o conflito no Oriente Médio deu início a uma guerra, em resposta a um ataque planejado pelo grupo palestino. Segundo as autoridades, foram centenas de mortos e milhares de feridos.

Foguetes foram disparados por milícias palestinas em direção a Israel. O país atacou alvos em Gaza, como forma de resposta. A guerra foi confirmada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. “Não em uma ‘operação’, não em um ‘ataque’, mas em guerra”, disse o primeiro-ministro israelense.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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