Israel alerta para que população saia de Gaza em 24h

Resolução do Brasil para conflito entre Hamas e Israel é discutido no Conselho de Segurança da ONU

O governo de Israel informou à Organização das Nações Unidas (ONU) que os mais de 1 milhão de palestinos ao norte da Faixa de Gaza devem se mudar para o sul em 24 horas. A informação foi noticiada pelo porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, em um comunicado em Nova York.

De acordo com informações da Reuters, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, afirma que a resposta da ONU ao alerta precoce de Israel aos residentes de Gaza é vergonhosa, pois “deveria se concentrar em condenar o Hamas e apoiar o direito de Israel à autodefesa”.

Em contrapartida, o chefe de gabinete de comunicação social do governo do Hamas informou que que o aviso de realocação foi uma tentativa de Israel “de difundir e transmitir propaganda falsa, com o objetivo de semear confusão entre os cidadãos e prejudicar a nossa coesão interna” e pediu que os cidadãos palestinos não se envolvessem nas tentativas.

Conflito

O conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas começou no último sábado, 7, após um ataque do Hamas na fronteira da Faixa de Gaza, quando lançou 5 mil foguetes.

No mesmo dia, o governo israelense lançou bombas em direção à Faixa de Gaza atingindo civis palestinos. Até esta quinta-feira, 12, há mais de 2.617 pessoas mortas, 1,2 mil israelenses e 1.500 palestinos.

Entre os mortos há pessoas de diversas nacionalidades: Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Tailândia, Nepal, Camboja e Paraguai. Entre as pessoas mortas, algumas tinham também nacionalidade israelense. Juntos esses países têm 51 pessoas entre os assassinados no conflito.

 

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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