Camponesas agredidas

A Polícia Legislativa agridiu mulheres e manifestantes que tentavam se esconder da chuva no saguão da Assembleia Legislativa na tarde de ontem. Na confusão, os seguranças jogaram spray de pimenta, empurraram e chutaram as acampadas. A agricultora familiar Antônia Ivoneide faz parte do grupo de mulheres acampadas desde a manhã de ontem e foi uma das agredidas. “A gente está aqui para cobrar dos deputados a aprovação de um projeto, mas começou a chover e a gente foi entrar na Assembleia, mas fomos impedidas. Fomos agredidas com empurrões, pontapés e até spray de pimenta”, relatou.

As mulheres lutam pela valorização do trabalho das camponesas e, em decorrência do Dia da Mulher, estão cobrando dos deputados goianos agilidade na votação e aprovação de Projeto da Lei da Agricultura Familiar Camponesa, que incentiva produção e comercialização de produtos e de artesanatos feitos por elas. “Estamos aqui em busca dos nossos direitos. Em nenhum momento quebramos ou provocamos briga. Essa polícia é muito despreparada e desrespeitosa”, completou Antônia.

O Diário do Estado tentou falar com o chefe da segurança da Assembleia, mas ele não quis falar sobre o assunto. Limitou-se a dizer que os policiais estão cumprindo normas internas para garantir a ordem e a segurança da Casa. No momento da confusão, o deputado Manoel de Oliveira foi ao encontro dos manifestantes para ouvir as reivindicações e entender o ocorrido. “Essa casa é do povo. Essa gente não pode ser proibida de entrar, muito menos ser agredida”, comentou.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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