Quinto voo de repatriação chega trazendo 215 brasileiros de Israel

Mais um avião da operação Voltando em Paz, do governo brasileiro, desta vez com 215 brasileiros e 16 animais de estimação, chegou ao Rio de Janeiro na madrugada deste domingo, 15. Esse é o quinto voo de repatriação da Força Aérea Brasileira (FAB) proveniente de Israel, cujo objetivo é retirar brasileiros da zona de conflito.

A aeronave, um KC-30 (Airbus A330 200) saiu de Tel Aviv, capital israelense, às 17h55 de sábado (14), no horário local (11h55 no horário de Brasília). Até o momento, cinco voos já repatriaram 916 brasileiros e 24 pets que estavam em Israel.

Um avião VC-2 (Embraer 190) deverá trazer um grupo de cerca de 30 brasileiros que está em Gaza. Segundo as últimas informações da FAB, divulgadas na manhã de sábado, essa aeronave está em Roma aguardando o sinal verde do governo egípcio para que os brasileiros cruzem a fronteira em Rafah (que liga Gaza ao Egito) e possam embarcar no voo.

No último dia 7, partindo de Gaza, homens do Hamas invadiram o território israelense e matou cerca de 1.300 pessoas, entre civis e militares, segundo informações das Forças de Defesa de Israel (IDF). Em resposta, militares israelenses iniciaram um bombardeio a Gaza, território controlado pelo Hamas, matando mais de 2.300 palestinos, entre civis e militares, segundo agências de notícia internacionais.

Ações militares israelenses também na Cisjordânia, território controlado pela Autoridade Nacional Palestina, resultaram em mais de 50 mortes, também segundo agências de notícia internacionais.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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