Manifestantes entram em confronto na embaixada de Israel e dos EUA, no Líbano

Manifestantes entram em confronto com forças de segurança durante protesto contra Israel

Cerca de 100 civis entraram em confronto com forças de segurança do Líbano, no Oriente Médio, durante manifestações contra o ataque a um hospital de Gaza e o apoio dos Estados Unidos a Israel. Protestos ocorreram nesta quarta-feira, 18, em frente à embaixada dos EUA no país.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram que os manifestantes estavam com roupas camufladas, máscaras de gás e armas de cano longo. Além disso, eles portavam bandeiras da Palestina e vestiam lenços árabes. Os manifestantes foram atingidos com gás lacrimogêneo e canhões de águas por militares, a fim de despistar a confusão.

Durante os protestos, Israel negou ser responsável pelo bombardeio no hospital em Gaza, que vitimou 500 pessoas. Um porta-voz das Forças de Defesa do país disse que “várias fontes de inteligência indicam que a Jihad Islâmica é responsável pelo lançamento fracassado de um foguete que atingiu o hospital”.

Durante uma coletiva de imprensa, o primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, informou que o ataque foi uma obra de “terroristas selvagens” e responsabilizou a Jihad Islâmica pelas mortes. O porta-voz do grupo aliado ao Hamas negou as alegações israelenses.

Na manhã desta quarta-feira, 18, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se reuniu com o primeiro-ministro israelense e afirmou que o ataque no hospital de Gaza “parece ter sido obra do outro lado”, respaldando a posição de Israel. Netanyahu aproveitou para destacar que o país americano tem fornecido ao país oriental “as ferramentas de que necessita para se defender” e que os EUA estão contra a milícia palestina.

Entenda o conflito

O conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas começou no dia 7 de outubro, após um ataque do Hamas na fronteira da Faixa de Gaza, quando lançou 5 mil foguetes. No mesmo dia, o governo israelense lançou bombas em direção à Faixa de Gaza atingindo civis palestinos. Até o momento, há mais de 4,4 mil pessoas mortas, 1,4 mil israelenses e 3 mil palestinos.

Entre os mortos há pessoas de diversas nacionalidades: Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Tailândia, Nepal, Camboja e Paraguai. Entre as pessoas mortas, algumas tinham também nacionalidade israelense. Juntos, esses países têm 51 pessoas entre os assassinados no conflito.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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