Dia Internacional da Mulher é dia de luta, resistência e reivindicação

Em entrevista no nosso estúdio a Historiadora, Yordanna Lara e a militante do Fórum Trans de Goiás, Cristiany Beatriz, falaram sobre a história do dia da mulher, feminismo e a luta pelas causas trans em Goiás. Evidenciando que o Dia Internacional da Mulher é marcado por um dia de luta, de resistência e principalmente reflexão, já que a data não é para ser lembrada em comemoração, mas sim como a data que mais de 100 mulheres foram mortas carbonizadas pelo simples fato de estarem reivindicando condições melhores de trabalho.

“Primeiro a gente precisa desmistificar o oito de março não é uma data de comemoração, não é um dia de alegrias, é um dia de luta e é um dia de dor, muita dor. Porque ele nasce no movimento operário, solicitando melhorias para as mulheres no campo de trabalho e hoje a gente ta reivindicando a mesma coisa. Ainda a pauta de 100 anos atrás é a pauta de hoje”, explica a Historiadora Yordanna Lara.

As mulheres têm lutado diariamente para conquistar seu espaço na sociedade e somar, e por mais que cada mulher enfrente uma situação singular, a luta é coletiva. E é assim que devemos reconhecer o movimento feminista, como explica Yordanna, falar de feminismo é falar de política. “Nós estamos falando de uma sociedade e não de um grupo de mulheres, mas as vertentes do feminismo são para mostrar que o patriarcado e as dificuldades enfrentadas por cada uma, é diferente, porém a luta é coletiva.

E explica que o machismo também afeta os homens “diretamente e fortemente, imagina o quanto é difícil você não poder chorar, você não poder ter emoções. Porque a partir do momento que eu estou regulando esses homens dentro dessa ‘caixinha’ eu também estou subjugando eles, tornando-os ferramentas perversas porque muita das vezes eles reforçam algo que vão contra eles também”, afirma.

Além de abordar as questões políticas, a historiadora explica por que é tão importante falar sobre a legalização do aborto, já que se trata de um assunto de saúde pública. “Porque quando a gente está falando de aborto, não é sobre algo pessoal, de um quesito religioso, a gente está falando de vidas, de possibilidades de existir de outras formas e de respeito ao corpo da mulher”, explica Yordanna.

Afirmando que o fato de estar proibido, não quer dizer que não esteja acontecendo. “E outra quem morre são as mulheres pobres, quem morre mais ainda, são as mulheres pretas. Então nós estamos falando do que quando o aborto está banido? Estamos falando de machismo e racismo, estamos falando de várias violências”, ressalta. Outra questão importante pontuada pela historiadora, é que a mulher é fruto de uma construção que começa em um contexto de muita violência e subordinação, é muito doloroso e tira várias oportunidades, por isso é tão importante se falar em feminismos e entender que a sociedade é uma construção social constante, “porque politicamente se seguimos juntas, seguimos fortes”, expressa Yordanna.

Foto: Walter Peixoto

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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