Vacina da UFMG contra a dependência de cocaína e crack, Calixcoca vence prêmio

A inovadora vacina Calixcoca, desenvolvida pela equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi reconhecida com o Prêmio Euro Inovação na Saúde. A cerimônia de entrega aconteceu na noite desta quarta-feira em São Paulo, premiando a pesquisa que busca combater a dependência de cocaína e crack. O prêmio, organizado pela multinacional farmacêutica Eurofarma, concedeu à UFMG um prêmio no valor de 500 mil euros, equivalente a cerca de R$ 2,6 milhões.

A premiação reconhece a excelência da pesquisa liderada pelo coordenador da equipe, o professor Frederico Garcia, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina. Em seu discurso, o professor agradeceu à sociedade brasileira pelo apoio à campanha e ressaltou a importância de desenvolver ciência na América Latina.

A Calixcoca foi a mais votada por médicos de 17 países, superando outras 11 iniciativas inovadoras na área da saúde desenvolvidas na América Latina. Entre as premiadas na categoria Inovação em terapias, também estava a SpiN-Tec, uma vacina contra a covid-19 desenvolvida na UFMG.

Para a continuidade do projeto, a Calixcoca conta com financiamento dos governos federal e de Minas Gerais, além de verbas de emendas parlamentares. O apoio governamental é essencial para prosseguir com os testes da vacina, e os pesquisadores já apresentaram o projeto ao Ministro da Educação, Camilo Santana, em busca de novos aportes.

Em julho, o secretário de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, anunciou um aporte de R$ 10 milhões no projeto. Além disso, a UFMG está empenhada em proteger a tecnologia nacional e internacionalmente, buscando parceiros para licenciá-la através da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT).

Como funciona

A vacina Calixcoca desenvolvida pela UFMG atua estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea. Essa ligação transforma a droga em uma molécula grande, impedindo-a de atravessar a barreira hematoencefálica.

O projeto já passou por etapas pré-clínicas, demonstrando segurança e eficácia no tratamento da dependência de crack e cocaína, bem como na prevenção de consequências obstétricas e fetais da exposição às drogas durante a gravidez em animais.

O professor Frederico Garcia enfatizou o compromisso da equipe com os pacientes que enfrentam a dependência química e destacou a importância de cuidar das questões relacionadas a essa problemática.

 

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Ex-marqueteiro de Milei é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Fernando Cerimedo, um influenciador argentino e ex-estrategista do presidente argentino Javier Milei, é o único estrangeiro na lista de 37 pessoas indiciadas pela Polícia Federal (PF) por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Essas indecisões foram anunciadas na quinta-feira, 21 de novembro.

Cerimedo é aliado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e teria atuado no ‘Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral’, um dos grupos identificados pelas investigações. Além dele, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta seu terceiro indiciamento em 2024.

Em 2022, o influenciador foi uma das vozes nas redes sociais que espalhou notícias falsas informando que a votação havia sido fraudada e que, na verdade, Bolsonaro teria vencido Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

Além disso, ele também foi responsável por divulgar um ‘dossiê’ com um conjunto de informações falsas sobre eleições no país. Em vídeos, ele disse que algumas urnas fabricadas antes de 2020 teriam dois programas rodando juntos, indicando que elas poderiam ter falhas durante a contagem de votos.

Investigações

As investigações, que duraram quase dois anos, envolveram quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaboração premiada, buscas e apreensões. A PF identificou vários núcleos dentro do grupo golpista, como o ‘Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado’, ‘Núcleo Jurídico’, ‘Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas’, ‘Núcleo de Inteligência Paralela’ e ‘Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas’.

Os indiciados responderão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A lista inclui 25 militares, entre eles os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, todos ex-ministros de Jair Bolsonaro. O salário desses militares, que variam de R$ 10.027,26 a R$ 37.988,22, custa à União R$ 675 mil por mês, totalizando R$ 8,78 milhões por ano.

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