Um pastor e a esposa acusados de abusar sexualmente das fiés, em Anápolis, a 55 km de Goiânia, estão sendo procurados pela Policia Civil (PCGO). De acordo com as investigações, até o momento, nove vítimas foram ouvidas, sendo que entre elas há homens e mulheres. Vanderlei de Oliveira dizia aos religiosos que ‘incorporava anjos’ para praticar os crimes.
A PCGO descobriu os abusos depois que uma das vítimas procurou a delegacia no dia 2 de outubro. A delegada responsável pelo caso, Isabella Joy Lima, afirma que os crimes, provavelmente, aconteceram há mais de uma década, já que uma das vítimas identificadas foi abusada em 2013.
“Já tem no mínimo, que a gente tem noção, 10 anos que ele pratica esses crimes. E não existe um perfil de idade, de forma ou sexo. Além de que a gente sabe que existem mais vítimas, porque todas as nove que denunciaram afirmam que existem outras. Mas essas pessoas têm medo de denunciar”, detalha a delegada.
Relembre
Fiéis que frequentam a Assembleia de Deus Ministério Bola de Fogo, em Anápolis, município localizado na região central de Goiás, denunciaram o pastor por abuso sexual. O caso foi registrado na Polícia Civil de Goiás (PCGO) por duas vítimas, na segunda-feira, 02.
As vítimas informaram que o pastor usava a fé para praticar os crimes, alegando que estava “incorporando um anjo” em campanhas espirituais. Segundo elas, o suspeito dizia que se elas negassem, teriam consequências.
Em nota enviada ao Jornal Diário do Estado (DE), a PCGO informou que “o caso é investigado pelo 1º DP de Anápolis” e que “o procedimento está com diligências sendo realizadas para a escorreita apuração dos fatos e será concluído tão logo findas as investigações”.
As vítimas relataram que frequentavam a igreja há muitos anos e que o pastor as chamaram para uma “campanha espiritual”. As duas relataram ainda que a esposa do suspeito presenciava os atos, que aconteciam em um “quarto de oração” da igreja e em uma casa.
Fotos íntimas
Uma das vítimas frequentava a igreja há oito anos, sendo abusada pela primeira vez no ano passado. De acordo com ela, o pastor teria pedido fotos íntimas dela, ação que fazia parte da campanha, e assim ela o fez. O objetivo seria fazer com que a mulher obtivesse sucesso sentimental e financeiro, para isso, os anjos a ajudaram através dele.
Ela relata que o pastor disse ter incorporado um “anjo” após um culto de libertação e que a vítima seria amaldiçoada se contasse para alguém sobre os acontecimentos. Então, o suspeito teria passado a mão nas partes íntimas dela, colocado a boca nos seios e a beijado.
A mulher conta que na segunda vez que foi abusada pelo pastor ele afirmou ter incorporado o anjo novamente, a tocando de novo. Em uma terceira vez, ela também foi abusada, vez que o pastor tirou a virgindade dela.
Em um quarto episódio, o pastor teria dito que não poderia usar preservativo, e que ela não poderia exigir que ele usasse, uma vez que o “anjo” não aceitava. Então, o suspeito teria dito que pararia a campanha por estar desenvolvendo sentimentos por ela. Entretanto, fora da campanha ele continuou ligando para a vítima e quando ela disse que não queria mais participar, o pastor divulgou as fotos íntimas dela para outros membros da igreja.
“Pomba gira”
A segunda vítima relatou para a polícia que frequentou a igreja por cinco anos. O pastor teria a chamado para fazer uma “campanha espiritual” porque o marido dela estava com um problema: a “pomba gira” estaria no caminho dele, e que era preciso que a campanha acontecesse para que o companheiro voltasse a se interessar sexualmente por ela. A mulher contou também que ele chegou a dizer que um “anjo” estava com ele.
No primeiro dia, o pastor pediu que a mulher falasse o que gostaria que o marido fizesse sexualmente. Já no segundo, ele tocou as partes íntimas dela, colocou a boca nos seios e encostou a mão da vítima nas partes íntimas dele. Diante dos abusos, a mulher tentou o empurrar, mas ele teria dito que ela teria que continuar a campanha, a fazendo prometer que não contaria para ninguém sobre o ocorrido.
A divulgação da imagem do preso foi procedida nos termos da Lei nº 13.869/2019 e da Portaria nº 547/2021 – PC, conforme despacho do(a) delegado(a) de polícia responsável pelo inquérito policial, de modo que a publicação de sua imagem possa auxiliar na sua localização e prisão.