Na abertura da Caravana do FCO, Caiado ressalta democratização das linhas de crédito em Goiás

O governador Ronaldo Caiado destacou a importância do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste (FCO) para o desenvolvimento econômico de Goiás, ao participar da abertura da Caravana da Sudeco, nesta segunda-feira (30/10), em Goiânia. O evento tem como principal objetivo facilitar o acesso ao crédito a pequenos e médios empresários, ampliando a geração de emprego e renda. “Não tem como não reconhecer o que o FCO representa para o Centro-Oeste. São milhares de empresas que tiveram esse recurso em Goiás e que puderam alavancar cada vez mais”, afirmou Caiado.

O projeto itinerante chega ao estado por iniciativa da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), em parceria com o Governo de Goiás, e realiza atendimentos no Centro Cultural Oscar Niemeyer até esta terça-feira (31/10).

Goiás é reconhecido pela Sudeco como referência nacional na administração dos recursos do FCO. Sob atual gestão estadual, foi criado um sistema de triagem das solicitações, para evitar que os investimentos ficassem concentrados a grandes corporações. “Não é correto que um dinheiro que tem a finalidade específica de combater desigualdades regionais vá atender apenas uma pessoa”, explicou o chefe do Executivo goiano.

“Com essa pulverização do dinheiro, nós conseguimos levar investimento para as regiões mais carentes, atendendo tanto pequenos e microempresários, como também agricultores familiares. O resultado são milhares de empregos gerados. Isso é democratização da verba do FCO, não existe mais a concentração que existia antigamente”, completou o governador, que também ressaltou a importância da Caravana para ampliar a distribuição dos recursos.

Desde 2019, Goiás concedeu R$ 15,6 bilhões em empréstimos do Fundo, que impulsionaram mais de 51 mil novos empreendimentos e cerca de 700 mil empregos diretos. A superintendente da Sudeco, Rose Modesto, afirmou que o modelo de gestão adotado em Goiás será discutido na próxima reunião do conselho do FCO para ser replicado em todos os estados do Centro-Oeste.

“O governador Ronaldo Caiado, com toda a equipe, tem acompanhado de perto onde está o dinheiro, se quem está pegando crédito é, de fato, quem precisa e gera emprego. Esse monitoramento é uma referência para nós porque é um fundo que precisa ser administrado com muita lisura e vontade de ver esse dinheiro chegar onde precisa, como tem sido aqui”, explicou.

A Caravana reúne diversas instituições financeiras, como o Sebrae, Banco do Brasil, Sicredi, Sicoob, além da Goiás Fomento e Goiás Turismo. O vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Ambiental do Banco do Brasil, José Ricardo, parabenizou a iniciativa. “Com essa parceria a gente ajuda no desenvolvimento do estado de Goiás e do Centro-Oeste. O Banco do Brasil continuará sendo um grande parceiro do estado de Goiás”, garantiu Ricardo.

Segundo o secretário da Retomada, Cesar Moura, a Caravana tem a intenção de desfazer a crença de que é difícil conseguir crédito. “Com essa Caravana vamos conseguir captar mais propostas para o FCO e desmistificar essa dúvida de que é muito difícil pegar o financiamento”, explicou o secretário.

FCO Mulher

Durante a abertura da Caravana, o governador Ronaldo Caiado também assinou o lançamento do FCO Mulher Empreendedora em Goiás, que destina condições especiais como forma de combater a violência contra a mulher por meio da autonomia financeira. “São formas que a gente foi buscando de poder fazer com que as mulheres tenham também essa condição de poder abrir o seu próprio negócio”, explicou a superintendente da Sudeco. Na ocasião, o chefe do Executivo estadual também assinou o FCO Irrigação.

Durante o evento, Caiado voltou a criticar o projeto da reforma tributária, que deve ser votado em novembro pelo Senado Federal, que estabelece a extinção dos fundos regionais. “Retirar o FCO de Goiás significa retirar autonomia de poder investir, é algo extremamente penalizador, que vai comprometer muito o desenvolvimento do Centro-Oeste, Norte e Nordeste”, alertou.

O vice-governador Daniel Vilela chamou a atenção para a necessidade de apoiar Caiado na defesa do pacto federativo. “Precisamos somar forças ao governador e ampliar a unidade com empresários e forças políticas, para que a gente não deixe que essa reforma venha punir um estado que dá certo, em grande parte, em razão dessas políticas públicas eficientes como o FCO”, ponderou.

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Agrodefesa apreende 10 mil embalagens de agrotóxicos armazenadas de forma irregular

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em parceria com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), deflagrou, na última terça-feira, 17, em Trindade e Paraúna (GO), a Operação Terra Limpa.

A ação resultou na apreensão de mais de 10 mil embalagens vazias de agrotóxicos que estavam armazenadas de forma irregular, em desacordo com legislações ambiental e de defesa agropecuária vigentes.

As embalagens foram encontradas em diferentes estados de processamento — algumas prensadas, outras trituradas —, e estavam em condições inadequadas de armazenamento. Também foi descoberto um caminhão carregado com embalagens vazias.

Os profissionais envolvidos na operação identificaram que os materiais eram triturados para reciclagem, porém a destinação final das embalagens não cumpria as normas legais de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos.

Os materiais apreendidos – que totalizaram seis caminhões com produtos – foram enviados para a Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários (Agerpa), localizada em Goiânia, e para a Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv) para pesagem e destinação final.

Essas associações são unidades que representam os estabelecimentos comerciais de insumos agrícolas, autorizadas a recepcionar e dar a correta destinação final das embalagens vazias – que passam por tríplice lavagem pelos produtores -, ou ainda daquelas que podem conter resíduos de agrotóxicos.

Segundo a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, os fiscais estaduais agropecuários e os agentes da Polícia Civil apuraram ainda que a intenção do proprietário do estabelecimento era desviar as embalagens para recicladoras clandestinas.

“É importante destacar que o processo legal de reciclagem de embalagens vazias de agrotóxicos é de competência do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). A instituição é responsável pela gestão da política reversa das embalagens vazias de agrotóxicos e nós, da Agrodefesa, estamos inseridos nesse processo como responsáveis por orientar os produtores e fiscalizar o cumprimento da obrigatoriedade legal do correto armazenamento e devolução das embalagens vazias”, informa.

Penalidade

Além da apreensão do material, o responsável pelo estabelecimento foi detido pela Polícia Civil e autuado pelos fiscais da Agrodefesa. De acordo a com legislação federal e estadual de agrotóxicos, a previsão é que esse tipo de infração tenha penalidades administrativa e criminal, com multas que podem chegar a R$ 50 mil, além de pena de reclusão, de dois a quatro anos.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que esse tipo de prática de descarte e armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos vazias, além de ser crime, coloca em risco o meio ambiente, a saúde pública e a economia no Estado.

“Pode trazer sérios danos para a população e afetar toda uma cadeia produtiva. Por isso, casos como esses devem ser denunciados aos órgãos competentes para que as medidas de prevenção e repressão sejam tomadas o mais rápido possível”.

Denúncia

A operação foi realizada a partir do trabalho inicial de apuração feito em Paraúna (GO) por fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. No município, os profissionais identificaram desvios, processamento e envio de embalagens de agrotóxicos para Trindade.

O coordenador da UR Rio Verdão, Giovani Miranda, destaca que a partir disso foi possível a identificação dos receptadores e a localização do galpão em que o processamento clandestino das embalagens acontecia.

“Essas medidas possibilitaram à Delegacia de Crimes Rurais a apreensão de outras quatro cargas nesse mesmo depósito”, informa.

Participaram da ação fiscais estaduais agropecuários das Unidades Rio dos Bois e Rio Verdão, e da Gerência de Fiscalização Agropecuária, sob coordenação da Gerência de Sanidade Vegetal, além de agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR).

Destinação correta de embalagens de agrotóxicos

Em Goiás, são 13 associações credenciadas pelo inpEV, que juntas são responsáveis pela gestão em 27 Unidades de Recolhimento de Embalagens Vazias (UREV), devidamente cadastradas na Agrodefesa, sendo 17 Postos e 10 Centrais, localizadas nos seguintes municípios:

Acreúna, Anápolis, Bom Jesus, Catalão, Ceres, Cristalina, Formosa, Goianésia, Goiânia, Iporá, Itaberaí, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Mineiros, Morrinhos, Paraúna, Piracanjuba, Porangatu, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Vianópolis e Vicentinópolis.

Os empresários que utilizam agrotóxicos, ao concluírem a aplicação, devem realizar a tríplice lavagem, armazenamento adequado e a devolução das embalagens vazias, suas tampas e eventuais resíduos pós-consumo dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou da data de vencimento.

A devolução pode ainda ser intermediada por postos ou centrais de recebimento, bem como por ações de recebimento itinerantes, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente, nesse caso em Goiás, pela Agrodefesa, com a gestão sob responsabilidade do inpEV junto às suas associações de revendas credenciadas.

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