Acusado de crimes sexuais, influencer evangélico deixa prisão após dois meses

Após passar dois meses na cadeia, o líder religioso e ex-fundador do Galpão Alphaville, influenciador evangélico Victor de Paula Gonçalves, conhecido como Victor Bonato, deixou a prisão na última quinta-feira, 16. O influenciador evangélico enfrenta acusações de crimes sexuais envolvendo três mulheres em Barueri, na Grande São Paulo, e estava sob custódia desde 20 de setembro.

A liberação de Bonato ocorreu após a 2ª Vara Criminal de Barueri rejeitar a conversão da prisão temporária em preventiva, mas aceitar parte da denúncia para que ele responda pelos crimes sexuais. O juiz Fabio Calheiros do Nascimento destacou em sua decisão que alguns detalhes nas declarações das vítimas não se mostravam consistentes para sustentar um processo judicial.

“É evidente que a declaração de uma reforça a outra, mas há detalhes na declaração de uma que não se harmonizam com a declaração da outra. Há também detalhes da declaração delas que não se mostram consistentes para sustentar um processo judicial”, afirmou o magistrado.

Como medida cautelar, o juiz proibiu que o influenciador se aproximasse a menos de 200 metros das três mulheres e de manter contato com elas ou seus familiares. Victor Bonato, por sua vez, publicou uma foto em frente à Cadeia Pública de Carapicuíba no Instagram, afirmando: “A Justiça foi feita”.

Relembre o caso

Victor de Paula Gonçalves, de 27 anos, foi preso acusado de estuprar três jovens que frequentavam o “Galpão”, grupo criado por ele. Entre as vítimas estão duas estudantes de medicina, de 19 e 20 anos, e uma empresária de 24.

As vítimas foram à Delegacia da Mulher de Barueri, em São Paulo, em setembro, para denunciar Victor por usar a “influência religiosa” para manipular e obrigar elas a terem relações sexuais com ele. Devido ao risco de fuga do influencer, apontado pela polícia e o Ministério Público de São Paulo, a Justiça decretou a prisão de Victor no dia 20 de setembro.

Pelas redes sociais, o perfil do Galpão publicou uma nota anunciando que Victor não fazia mais parte do grupo, que é voltado para jovens de Alphaville, bairro nobre em São Paulo.

Viemos através desse comunicado, informar que Victor Gonçalves não faz mais parte do nosso movimento!

Alguns acontecimentos ferem diretamente o que o Galpão acredita e segue, fere a palavra e está em desacordo com o que Jesus nos ensina. Por esse motivo ele foi afastado do Galpão.

O Galpão preza pela verdade e responsabilidade com o evangelho, e acreditamos na necessidade de sermos transparentes em relação ao nosso ministério.

Nós cremos em transformação, e oramos por isso. Estendemos o convite a todos, façam o mesmo!

Nós amamos vocês, que Deus abençoe a todos.

Pronunciamento

Antes de ser preso, o influencer publicou um vídeo dizendo que cometeu pecados que “desagradam o coração de Deus”.

“Fala galerinha, passando aqui para fazer um vídeo que eu não queria, mas é necessário. Muitos de vocês nem vão entender, mas eu preciso me abrir. Nos últimos meses eu cometi alguns pecados, eu caí em imoralidade e iniquidade”, inicia o vídeo.

Em seguida, o influencer diz que foi contrário às crenças. “Eu fui contrário a tudo que eu prego e eu desagradei o coração de Deus. Eu falhei com Deus. Falhei com a minha família, falhei com aqueles que confiam em mim e cara, estou profundamente envergonhado e arrependido por isso”, finaliza.

 

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Janones pede extinção do PL à PGR

No dia 14 de novembro, o deputado André Janones enviou um ofício à Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a extinção do Partido Liberal (PL), partido ao qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é filiado. A solicitação se baseia na necessidade de proteção do regime democrático brasileiro, que, segundo Janones, tem sido alvo de sucessivos ataques.
 
Janones argumenta que as práticas do PL representam uma ameaça direta à ordem democrática e à paz social. O deputado enfatiza que essas ações comprometem a estabilidade do país e justificam a medida extrema de extinção do partido.
 
A petição destaca a importância de preservar a democracia e a paz social, elementos essenciais para a governabilidade e o bem-estar da população. Janones reitera que o pedido é fundamentado na proteção dos princípios democráticos, que estão sendo constantemente ameaçados.
 
A decisão final caberá à PGR, que deverá avaliar a solicitação e decidir se irá encaminhar o pedido ao Ministério Público. A extinção de um partido político é um processo complexo e raro, exigindo provas robustas de que o partido está comprometendo a ordem constitucional.

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