Um grupo de empresários de Goiânia e Santarém, Estado do Pará, foram condenados por liderarem um esquema de delivery de cocaína em Goiânia. A decisão foi divulgada nesta sexta-feira, 24, pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).
A juíza Placidina Pires, da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores de Goiânia, proferiu sentença condenatória a mais de 100 anos de prisão aos réus.
A organização criminosa, que contava com uma equipe própria de entregadores, lucrava mais de R$ 6 milhões. A condenação abrange crimes como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, posse e uso de armas de munição, entre outros.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) formalizou denúncia contra a organização criminosa por atividades realizadas entre janeiro de 2021 e novembro de 2022.
Ao analisar os autos, a juíza destacou a união de esforços entre os processados, revelada pelos dados telemáticos, para a prática dos crimes. A magistrada ressaltou a utilização de subterfúgios para camuflar a origem dos valores auferidos com a comercialização de drogas, incluindo depósitos em espécie realizados de modo fracionado.
Foram condenados Cristiano Pontes da Silva, Hugo Caetano de Souza, Vinícius de Souza Gomes, Ricardo Ferreira Torres, Allefe Mizael Camargo, Walison Gonçalves Vieira da Silva, Francisco Romário Pereira de Carvalho, Jaice Garcia Arruda, Gilmar Araújo Alves, Odenilson Fernandes de Oliveira, Wanderster Fernandes Neto, Marco Túliio Oliva Gabriel, Yago Braga dos Santos, Matheus Nunes de Carvalho, Michael Junio Rodrigues da Silva e Caio César Borges.
Tráfico de Drogas
Placidina evidenciou que imóveis do grupo criminoso eram utilizados como laboratórios de drogas ilícitas, produzindo mais de 2 mil saquinhos de 1 grama semanalmente. Mesmo após o desmantelamento do primeiro laboratório, a organização continuou operando e ampliando a produção.
A magistrada ressaltou a estruturação da organização para a prática rotineira dos crimes de tráfico de drogas e lavagem de capitais, envolvendo diversas movimentações financeiras e depósitos em espécie. Os réus, presos no final do ano passado, enfrentarão penas que superam uma centena de anos, enquanto os entregadores cumprirão suas penas no regime semiaberto.