Artista espanhola quer ser primeira mulher do mundo a se “casar” com holograma

O museu Boijmans Van Beuningen, na Holanda, está prestes a sediar uma cerimônia de casamento única e inusitada. A renomada artista plástica espanhola Alicia Framis, de 57 anos, planeja oficializar sua união com um holograma como parte da instalação artística “The First Woman to Marry a Hologram” (A Primeira Mulher a Casar com um Holograma), integrante do projeto “The Hybrid Couple” (O Casal Híbrido).

AILex, uma inteligência artificial (IA) criada com holografia, será o “noivo” de Alicia Framis. Esta IA incorpora traços de personalidade reunidos a partir de conhecidos, amigos e familiares da artista, utilizando informações e experiências que marcaram a vida da espanhola.

Alicia, conhecida por suas abordagens multidisciplinares à arte, revela que o casamento com AILex é uma expressão artística ousada. Em uma entrevista ao jornal espanhol El País, ela destaca a aceitação de seus amigos e familiares, afirmando que compreendem a inseparabilidade de sua vida e arte.

Esta não é a primeira incursão de Alicia Framis em relacionamentos “não humanos”. Em 1996, ela viveu com um manequim chamado Pierre. Ao comentar sobre o projeto, a artista destaca que a sociedade já é híbrida, convivendo diariamente com máquinas, como marca-passos e smartphones.

O “Casal Híbrido” busca normalizar casamentos com entidades não humanas, explorando o território emocional entre humanos e inteligência artificial. Alicia Framis vê nas IAs não uma substituição para o afeto humano, mas uma adição valiosa: inteligência, capacidade de conversação e auxílio em diversas áreas, incluindo finanças.

O projeto inovador de Framis vai além da mera expressão artística, iniciando diálogos sobre as implicações éticas, emocionais e sociais das uniões entre humanos e IA. Este casamento singular não apenas desafia fronteiras artísticas, mas também serve como catalisador para discussões sobre a evolução dinâmica das relações humanas em uma sociedade cada vez mais avançada tecnologicamente.

 

 

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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