Alexandre de Moraes afirma que golpistas de 8 de janeiro queriam enforcá-lo

Ministro Alexandre de Moraes afirma que golpistas de 8 de janeiro tinham intenção de enforcá-lo

Prestes a completar um ano dos ataques aos órgãos públicos federais em Brasília (DF), em 8 de janeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, afirmou, em entrevista a O Globo, que as investigações desvendaram que havia três planos contra ele que envolviam até homicídio. 

Quando os ataques ocorreram, o ministro estava de férias com sua família em Paris, na França, quando seu filho mostrou os vídeos dos ataques golpistas que já circulavam nas mídias sociais. “Liguei imediatamente para o ministro (da Justiça), Flávio Dino, e perguntei como tinha ficado proibida a entrada de manifestantes na Esplanada dos Ministérios”, declarou. 

Alvo frequente de discurso de ódio na Internet, o ministro afirmou que, entre os planos desvendados, estava um no qual as Forças Especiais do Exército o prenderiam em um domingo e o levariam para Goiânia. Em outro plano, eles se livrariam do corpo do ministro no meio do caminho para Goiânia. “Não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio”, declarou. 

No terceiro plano desvendado, o objetivo era que, depois do golpe, o ministro seria preso e enforcado na Praça dos Três Poderes, “para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, finalizou. 

Ainda na entrevista, o ministro Alexandre de Moraes afirma que houve um planejamento de prisão, com a participação da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), que monitorava os passos do ministro para quando houvesse necessidade de realizar sua prisão.

“Tirando um exagero ou outro, era algo que eu já esperava. Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem pretendendo algo nesse sentido. Mantive a tranquilidade”, afirmou o ministro, que continua com a mesma segurança pessoal há nove anos, mas declara que reforçou a segurança de sua família desde então. 

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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