Depois de um longo período de vacas magras, esta semana promete ser mais agitada para o mercado de capitais. Em um espaço de quatro dias, três ofertas públicas de ações (IPOs, na sigla em inglês) serão precificadas e haverá uma oferta subsequente de ações (conhecida como “follow on”). Juntas, essas operações podem movimentar cerca de R$ 7 bilhões.
Hoje, a locadora de automóveis Movida define o preço de suas ações – o que poderá marcar a primeira estreia na Bolsa brasileira em 2017. Para garantir o sucesso da oferta, a empresa reduziu o preço inicialmente sugerido em seu prospecto, dizem fontes. Na quinta-feira, será a vez de outra locadora de carros, a Unidas; do laboratório de diagnóstico Hermes Pardini; e da concessionária de rodovias CCR – esta última será uma oferta subsequente.
Para fontes de mercado, o cenário interno está mais favorável com a definição dos nomes dos presidentes do Senado e da Câmara – Eunício Oliveira e Rodrigo Maia, respectivamente – abrindo espaço para as aprovações das reformas, como a da Previdência.
Do lado externo, fontes de mercado comentam que os investidores estrangeiros seguem com apetite pelo Brasil, diante da alta liquidez externa e pela falta de alternativas entre os países emergentes. “Na base relativa, o Brasil segue atrativo e ainda estamos começando a viver um ciclo de queda de juros que impulsiona o mercado de ações”, diz outra fonte.
Segundo um advogado que trabalha na estruturação de ofertas de ações, se os três IPOs tiverem sucesso, a sinalização será muito positiva para as demais companhias que querem seguir o mesmo caminho. Entre as operações mais esperadas para este ano estão nomes de peso, como Carrefour, Azul, XP Investimentos e IRB Brasil Re.
Tendência
O movimento pode incentivar mais companhias, que começam a fazer planejamento para captação. Agentes de mercado apostam, inicialmente, que entre 10 a 20 empresas possam fazer a abertura de capital neste ano.
A fila poderá crescer ainda mais para ofertas que se desdobrarão em 2018, ano em que se espera que a economia brasileira desponte com um crescimento mais sólido.
No início deste ano, companhias brasileiras foram ao exterior captar e observaram o apetite estrangeiro. Entre elas, Petrobrás, Embraer, Fibria, Raízen e Rumo, com emissões que chegaram a US$ 7,7 bilhões.
No mercado de renda variável, o último IPO ocorreu em outubro do ano passado, da Alliar, do Pátria Investimentos.
Fonte: Estadão