Goiás é o estado com mais casos de Influenza no país

Dados do Ministério da Saúde apontam Goiás como o Estado com mais registros de casos de Influenza A e B, pelos vírus H1N1 e H3N2 no País, com 32 pacientes diagnosticados e cinco mortes confirmadas

Ao todo, 126 casos e cinco mortes estão sendo investigados em Goiás. Desde o início do ano, 10 pacientes da Vila São Cottolengo, em Trindade, morreram com suspeita da doença. A última vítima com suspeita da gripe, foi o médico pediatra Luiz Sérgio de Aquino Moura, que morreu domingo e foi sepultado ontem sob forte comoção.

Familiares do médico que atendia no Cais de Campinas, denunciam falta de insumos de proteção na unidade. “A prefeitura não disponibiliza luvas, máscaras, sabonete líquido nem álcool em gel. O material só chegou na unidade depois que o doutor Luiz morreu. Agora já é tarde!”, denuncia um médico da unidade que pediu para não ser identificado, e que está indignado com o abandono da saúde pública de Goiânia.

A denúncia da família do médico e do servidor do Cais de Campinas será investigada pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal, que investiga irregularidades na saúde da capital. De acordo com o vereador Elias Vaz (PSB), o diretor da unidade deverá informar à Comissão se os insumos estavam disponíveis aos funcionários entre os dias 17 e 31 de março. “Recebi a denúncia por meio de mensagem, e o denunciante acredita que o colega pode ter sido contaminado pelo vírus do H1N1 por falta de equipamentos básicos de proteção”, completa Elias.

De acordo com a Superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, Flúvia Amorim, o resultado do exame que vai determina a causa da morte do pediatra deve ficar pronto até a próxima sexta-feira.

Em relação ao crescente número de casos em Goiânia e em Goiás, Flúvia garante que a secretaria está tomando medidas preventivas para evitar uma epidemia. “Estamos intensificando a vacinação e realizando ações estratégicas para evitar o alastramento dos vírus”, disse.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), revelam registros da doença nos municípios de Trindade – 10 casos; Aparecida de Goiânia -3 casos; Jaupaci – 2 casos; Anápolis – 1 caso; Caturaí – 1 caso; Hidrolândia – 1 caso e Goiânia – 15 casos;

Vacinação

De acordo com a SES, todos os 365 internos e funcionários da Vila São Cottolengo foram vacinados com Tamiflu, medicamento usado no tratamento de H1N1. Além disto, eles receberam vacina contra pneumonia e foram revacinados contra o vírus influenza A.

A principal medida de prevenção é a vacina a ser disponibilizada pelo Ministério da Saúde, que será disponibilizada aos grupos prioritários a partir do dia 23 de abril. O Comitê de Enfrentamento da SES realiza hoje às 15 horas, a primeira reunião de acompanhamento e monitoramento dos casos e para ajustar todos os detalhes tanto na assistência, capacitação de profissionais, distribuição de vacinas etc.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) lamentou a morte do pediatra Luiz Sérgio de Aquino Moura, informando que ele era um “profissional dedicado e competente que muito contribuiu para a assistência pediátrica em Goiânia”.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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