Autismo requer atenção e amor para melhor qualidade de vida

“Quem tem autismo percebe e sente o mundo de uma forma diferente da maioria das pessoas”.

O autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio de desenvolvimento que leva a severos comprometimentos de comunicação social e comportamentos restritos e repetitivos. O distúrbio se manifesta nos primeiros anos de vida da criança e por isso é importante realizar o diagnóstico precoce, alerta a psicóloga Mylena Melo. “O diagnóstico é clínico e é feito por meio de observação direta do comportamento. O psicólogo pode ajudar na intervenção de aquisições de comportamentos adequados do autista, mas quem faz o diagnóstico é o neuropediatra”, explica a psicóloga.

As principais características de uma pessoa com autismo são a ausência de comunicação verbal; pouco contato visual; tendência ao isolamento; aspectos sensoriais acima ou abaixo do normal como, por exemplo, o paciente se sentir frequentemente incomodado com barulhos, ruídos e texturas. “É preciso deixar claro que cada paciente tem suas próprias características e não épossível rotular o autismo”, esclarece Melo.

Não existem causas definidas para o autismo, segundo a psicóloga, porém, fatores como herança genética e condições ambientais ou casos de gestações após os 40 anos podem levar a essa condição. O autismo não é uma doença e, portanto, não existe cura. Por ser um distúrbio ou transtorno, é possível trata-lo a fim de melhorar a qualidade de vida do paciente. A Análise Aplicada do Comportamento (ABA), realizada pelo psicólogo comportamental, trabalha com a mudança do hábito para obtenção de consequências mais reforçadoras no ambiente social do paciente.

“A ABA lida com a identificação dos excessos e déficits comportamentais e com técnicas para aumentar o repertório da criança autista”, de acordo com Melo. Outros profissionais especializados também podem auxiliar na melhoria da condição do autista, como o fonoaudiólogo, psicopedagogo, etc.

A jornalista Carla do Nascimento explica que seu filho João Lucas Alves, hoje com cinco anos, nasceu prematuro aos oito meses e o seu desenvolvimento levava mais tempo quando comparado a outras crianças como, por exemplo, na hora de levantar o pescoço ou se sentar. O diagnóstico da condição de João Lucas Alves aconteceu quando ele tinha dois anos. Sua pediatra suspeitava da possibilidade, tendo em vista o fato dele ainda não se comunicar. Foi então que ela sugeriu para Carla procurar profissionais que ajudassem no desenvolvimento dele. “Ela me recomendou um fonoaudiólogo e uma neuropsicóloga, que confirmaram o diagnóstico do João”, relata.

“Quem tem autismo percebe e sente o mundo de uma forma diferente da maioria das pessoas. No caso das crianças, há maior interesse por objetos do que por pessoas, o foco é maior nos detalhes do que no plano geral e às vezes podem ter dificuldades de visão. Tudo isso pode causar uma desorganização sensorial, levando a necessidade de tratamento interdisciplinar e intensivo. No caso do João Lucas, ele faz fono; terapia ocupacional; natação; equoterapia; e ABA, realizada por analistas de comportamento e psicólogos – a mais eficaz atualmente”, explica Nascimento.

A rotina de mães e pais é pesada, segundo a jornalista. Ela explica que são muitas consultas e, consequentemente, constantes deslocamentos durante o dia, alémdo fato dos gastos financeiros serem extensivos. “Diferente dos Estados Unidos, no Brasil não existem centros focados no tratamento para o autista, o que nos leva também a gastar muito. Na maior parte dos casos, os planos de saúde não cobrem esses custos”, detalha.

“É muito importante que os pais estejam sempre pesquisando e conversando com os profissionais que atendem seus filhos para poderem entende-los e ajuda-los mais. É incrível a troca de amor e experiência. Poder me colocar no lugar do meu filho para entende-lo, dar o meu melhor e receber o carinho e amor dele de volta, mesmo que apenas por expressões e gestos, é gratificante”, finaliza a jornalista. (Com a colaboração de Luana Trindade)

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Minha Casa Minha Vida beneficia cidades com até 50 mil pessoas

O governo divulgou hoje, 22, as propostas selecionadas para a construção de moradias em áreas urbanas pelo Minha Casa Minha Vida (MCMV), em cidades de até 50 mil habitantes. A lista com as propostas selecionadas foi publicada pelo Ministério das Cidades, no Diário Oficial da União.

Trata-se da primeira seleção do MCMV com recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social com este perfil (FNHIS sub-50). Serão 37.295 unidades habitacionais, em 1.164 cidades, de 26 estados.

A expectativa é que cerca de 150 mil pessoas sejam beneficiadas com “moradia digna para famílias de baixa renda, residentes nos pequenos municípios brasileiros”, informou o ministério. O investimento, segundo a pasta, será de R$ 4,85 bilhões.

“O foco são municípios com população inferior ou igual a 50 mil habitantes. As moradias atendem famílias com renda bruta mensal na Faixa Urbano 1 do MCMV, correspondente a até R$ 2.850, admitindo-se o atendimento de renda enquadrada na Faixa Urbano 2 (até R$ 4.700)”, detalhou o ministério.

Entre os critérios adotados para a seleção dos projetos está o de priorizar propostas que melhor atendam à demanda habitacional e observem “requisitos técnicos de desenvolvimento urbano, econômico, social e cultural, sustentabilidade, redução de vulnerabilidades e prevenção de riscos de desastres e à elevação dos padrões de habitabilidade, de segurança socioambiental e de qualidade de vida da população que será beneficiada”.

Com a divulgação das propostas selecionadas, estados e municípios terão de incluir, até 10 de dezembro, a proposta selecionada na plataforma Transferegov, programa nº 5600020240048, de forma a viabilizar a contratação pela Caixa Econômica Federal até o final do ano.

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