PF cumpre mandados em Goiás contra militares que planejaram golpe de Estado

PF cumpri mandados em Goiás contra militares que planejaram golpe de Estado

A Polícia Federal (PF) cumpri na manhã desta quinta-feira, 8, mandados contra uma organização criminosa composta por militares, assessores e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Operação Tempus Veritatis investiga a atuação dos suspeitos em uma tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.

A corporação cumpre 85 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas de prisão. A PF cumpre os mandados em Goiás e outros oito estados, além do Distrito Federal. Entre as medidas que são acompanhadas estão: a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país e suspensão do exercício de funções públicas.

O ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro também se tornou alvo da operação e deve entregar o passaporte para a corporação em até 24 horas.

Goiás

Em Goiás, um dos alvos dos mandados foram casas de oficiais do Exército, localizada na Avenida 85, no Setor Marista, em Goiânia. Em relação aos outros mandados, a PF não sabe informar quantos acontecem em Goiás, visto que as ordens judiciais ainda estão sendo cumpridas.

Milícia digital

Nesta fase da operação, as investigações apontaram que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação afim de disseminar a ocorrência de fraudes nas Eleições Presidenciais de 2022. As ocorrências aconteceram antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

A operação foi dividida em dois eixos. O primeiro constitui na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

Já o segundo eixo consistia na atuação de prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

O Exército Brasileiro acompanha os mandados, com apoio da Polícia Federal.

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STJ mantém prisão de biomédica após morte de paciente durante procedimento estético em Goiânia

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a prisão preventiva da biomédica Quesia Rodrigues Biangulo Lima, detida em flagrante após a morte de uma paciente durante um procedimento estético em uma clínica localizada no Parque Lozandes, em Goiânia.

A defesa da biomédica argumentou que a prisão foi decretada com base apenas no relato dos policiais sobre o uso de produtos inadequados, sem a realização de perícia técnica. Os advogados sugeriram a adoção de medidas cautelares como alternativa à prisão.

No entanto, o ministro Herman Benjamin ressaltou que a análise do mérito do habeas corpus ainda será realizada pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Enquanto isso, a prisão será mantida devido aos indícios de irregularidades e aos potenciais riscos à sociedade.

Detalhes sobre o caso

A paciente, uma mulher de 44 anos, sofreu uma reação alérgica grave após a aplicação de hialuronidase, substância utilizada para dissolver preenchimentos de ácido hialurônico. Ela teve uma parada cardíaca e faleceu durante o procedimento.

Após o incidente, a clínica foi interditada pela Vigilância Sanitária, que identificou irregularidades como produtos vencidos e condições inadequadas de higiene. A biomédica foi presa em flagrante, e sua custódia foi convertida em prisão preventiva pelo TJGO.

Dois inquéritos estão em andamento: um investiga as circunstâncias da morte da paciente, enquanto o outro apura as condições sanitárias e as práticas na clínica. Quesia responde por suspeita de exercício ilegal da medicina e uso de produtos impróprios para consumo.

A data para a análise do mérito do habeas corpus pelo TJGO ainda não foi definida.

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