PF negocia com advogados de Lula cumprimento de mandado de prisão

Prazo para ex-Presidente da República se apresentar espontaneamente terminou às 17 horas

O presidente da Federação Nacional de Policiais Federais, Luís Antônio de Araújo revelou que a Polícia Federal já negocia com a defesa do ex-Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, como o mandado de prisão será cumprido nas próximas horas.

“Não há gana da Polícia Federal em prender o nosso ex-Presidente da República, mas é nosso dever dar cumprimento ao mandado de prisão. Ele não será feito a qualquer custo. Deve ser feito respeitando-se o ex-Presidente, de forma tranquila”, afirmou.

A prisão pode acontecer em São Paulo e Lula ser levado posteriormente para a sede da PF em Curitiba.

No despacho do mandado de prisão expedido pelo juiz federal Sérgio Moro, final da tarde desta quinta-feira, 5, o ex-presidente tinha até às 17 horas desta sexta-feira para apresentar-se na sede da Polícia Federal, em Curitiba.

No documento, Sérgio Moro afirma que “relativamente ao condenado e ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, concedo-lhe, em atenção à dignidade cargo que ocupou, a oportunidade de apresentar-se voluntariamente à Polícia Federal em Curitiba até as 17:00 do dia 06/04/2018, quando deverá ser cumprido o mandado de prisão. Vedada a utilização de algemas em qualquer hipótese”.

O ex-Presidente inicia o cumprimento da pena em uma sala previamente preparada – espécie de Sala de Estado Maior -, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, separado dos demais presos. O juiz Sérgio Moro justificou que Lula fica na sala especial “em razão da dignidade do cargo ocupado” e que fica separado dos demais presos “sem qualquer risco para a integridade moral ou física”.

Desde quinta-feira, Lula informou que não se entregaria à PF.

Em alguns instantes, o ex-Presidente da República deve sair do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Paulo, para um pronunciamento.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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