“O Parkinson é a segunda principal doença neurodegenerativa em termos de frequência, ficando atrás apenas do Alzheimer”
A Doença de Parkinson afeta cerca de 200 mil brasileiros e 1% da população mundial acima dos 65 anos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O neurologista William de Carvalho lembra que o nível de informação da população mundial acerca deste mal que atinge tantas pessoas ainda é muito baixo e é necessário conscientizar a todos, principalmente os órgãos governamentais, para maior apoio financeiro em pesquisas e melhores tratamentos para todos.
“O Parkinson é a segunda principal doença neurodegenerativa em termos de frequência, ficando atrás apenas do Alzheimer. É lentamente progressiva, ainda sem cura, mas felizmente com tratamento que visa melhorar os sintomas e, portanto, a qualidade de vida dos portadores. Sua incidência aumenta com a idade, mas também existem casos em pacientes jovens. Sua causa ainda não é determinada”, explica o médico.
Desde 1998, a OMS estabeleceu 11 de abril como o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson – nome dado em homenagem ao médico James Parkinson, que descreveu o mal em 1817. “Novos medicamentos normalmente demoram muito para chegar nas casas desses pacientes por conta da burocracia dos processos do Ministério da Saúde e de outros órgãos responsáveis pela liberação das novidades no tratamento”, informa Carvalho.
“Existem vários centros de pesquisa no Brasil sobre a doença de Parkinson, porém, como toda o resto da comunidade científica brasileira, carecem de incentivos governamentais para desenvolver suas atividades. Mesmo assim, várias pesquisas na área são conduzidas atualmente no nosso país. Em Goiânia, dois centros de referência prestam assistência ao pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS): o Hospital Geral de Goiânia e o Hospital das Clínicas. As campanhas promovidas anualmente pela Academia Brasileira de Neurologia visam divulgar e difundir os conhecimentos acerca desta condição, ainda pouco conhecida pela maioria da população. Essas campanhas visam desmistificar e orientar pacientes e seus cuidadores”, explica o médico.
Os principais sintomas são motores, desde tremores, rigidez muscular, lentidão dos movimentos até desequilíbrio, porém, vários outros sinais estão presentes, tais como depressão, ansiedade, intestino lento, problemas do sono, distúrbios da bexiga e função sexual e dores, explica o neurologista William de Carvalho. “Acredita-se que a associação de fatores genéticos e ambientais estão envolvidos na sua ocorrência. Alguns medicamentos, venenos e toxinas ambientais podem causar sintomas semelhantes à doença de Parkinson, sendo esses casos denominados de parkinsonismo”, finaliza.