Manifestação pró-Bolsonaro ocupa Avenida Paulista

Manifestantes vestidos nas cores verde e amarelo ocupam a Avenida Paulista durante o ato pró-Bolsonaro. Manifestantes vestidos nas cores verde e amarelo ocupam a Avenida Paulista durante o ato pró-Bolsonaro.

Na tarde deste domingo, 25, a Avenida Paulista, em São Paulo, virou ponto de encontro de uma manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores. O ato, que teve início oficial às 14h, reuniu uma multidão desde as primeiras horas da manhã, com manifestantes vestindo camisas verde e amarelo, além de empunhar bandeiras do Brasil, de Israel e de Bolsonaro.

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) permaneceu fechado durante o domingo devido à concentração dos manifestantes. A mobilização ocorre em resposta às recentes investigações da Polícia Federal (PF), que implicaram Bolsonaro e membros de seu governo em uma suposta tentativa de golpe.

 

No último dia 12, o ex-presidente convocou seus seguidores por meio de um vídeo, instigando um “ato pacífico” em defesa do “Estado democrático de direito”. Bolsonaro prometeu refutar todas as acusações feitas nos últimos meses, fazendo um apelo para que os manifestantes evitassem cartazes “contra quem quer que seja”, uma recomendação repetida por aliados durante a semana.

As investigações da PF divulgaram evidências, incluindo um texto encontrado na sala de Bolsonaro em Brasília, que sugere a decretação de estado de sítio e uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Um vídeo de uma reunião ministerial datada de 5 de julho de 2022, onde Bolsonaro instiga ataques ao sistema eleitoral, também foi citado como indício de uma suposta “dinâmica golpista” no governo, dentro de um inquérito que tramita no STF.

Os manifestantes começaram a ocupar a Avenida Paulista por volta das 10 horas, muitos vindos de diferentes estados, como Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O evento contará com quatro veículos na Paulista, incluindo dois carros de som para discursos de políticos e influenciadores bolsonaristas, além de dois carros com telões de led para retransmissão dos discursos.

Um robusto esquema de segurança foi montado, com 2 mil agentes da Polícia Militar na Avenida Paulista e arredores, de batalhões como Força Tática, 7º Batalhão de Ações Especiais (Baep), Choque, Cavalaria, Policiamento de Trânsito e Comando de Aviação da Polícia Militar, além de drones.

 

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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