A Polícia Federal deflagrou ontem a Operação Tira-Teima, que investiga pagamentos de vantagens indevidas que o Grupo Hypera Pharma, novo nome da Hypermarcas, teria pago a políticos ligados ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, do MDB, para obter benefícios.
Cerca de 40 policiais federais cumpriram 8 mandados de busca e apreensão, expedidos pelos Ministros Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, em São Paulo/SP, Goiânia/GO e Fortaleza/CE. A finalidade das medidas era buscar documentos e outros elementos de aprofundamento da investigação, considerando a notícia de doações de campanha abalizadas através de contratos fictícios. A operação é decorrente de delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Hypermarcas Nelson Mello.
Ao ser ouvido sobre o pagamento de propinas em 2016, o ex-diretor do grupo Hypermarcas disse que pagou R$ 30 milhões a dois lobistas com trânsito no Congresso. O dinheiro seria para pagar propinas milionárias para senadores do então PMDB, entre eles, para o presidente do Congresso Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM).
Em nota, o grupo Hypera Pharma disse que a operação da Polícia Federal ocorreu no escritório da companhia em São Paulo, “para colher documentos relacionados à colaboração do ex-diretor de Relações Institucionais da Companhia, Nelson Mello. A Companhia reitera que não é alvo de nenhum procedimento investigativo, nem se beneficiou de quaisquer atos praticados isoladamente pelo ex-executivo, conforme já relatado ao longo do ano de 2016 em vários comunicados”. Os citados na delação de Nelson Mello disseram que não sabiam do teor das denúncias do ex-diretor do Hypera Pharma.