Trump diz que vai lançar mísseis na Síria

Para Trump, situação com a Rússia está no seu pior momento, superando até mesmo as tensões da Guerra Fria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (11) que o país lançará mísseis na Síria e que a sua relação com a Rússia é a pior da história.

Em publicação no seu twitter, o republicano disse que “a Rússia prometeu derrubar qualquer míssil lançado em direção à Síria. Se prepare, Rússia, porque eles estão chegando, bons, novos e espertos! Vocês não deviam ser parceiros de um animal que mata as pessoas com gás e gosta de fazer isso”.

Em resposta à Trump, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que “mísseis espertos deveriam voar sobre terroristas e não sobre governos legais”. Damasco e Moscou consideram como terroristas os grupos rebeldes que tentam derrubar Assad. Ministério das Relações Exteriores sírio chamou as ameaças de Trump de irresponsáveis e consideram uma ameaça a paz  internacional.

O presidente norte americano não esclareceu em sua postagem se a referência era a um ataque com mísseis de fato feito pelos EUA, porém, já havia ameaçado com retribuição militar depois do ataque com arma química na cidade de Duma, em Ghouta Oriental, no último sábado (7), que matou pelo menos 40 pessoas. O governo sírio e a Rússia, aliados, negam qualquer ataque com gás tóxico.

Em 2015, o governo de Vladimir Putin passou a apoiar militarmente o ditador Bashar al-Assad e, desde então, a guerra civil virou a favor do governo. Denúncias anteriores de uso de armas químicas por Damasco acabaram sendo deixadas de lado por pressão russa, que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU. Por isso, Trump também criticou a atual relação diplomática entre Washington e Moscou, na qual ele declarou que a situação está pior do que na época da Guerra Fria.

 

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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