Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira, 12/3, o titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Wilson Pollara, anunciou que Goiânia entrou em situação de emergência de saúde pública em decorrência do aumento significativo no número de casos de dengue.
O documento oficial que confirma o Nível 3 de Emergência na Capital será publicado ainda hoje na edição do Diário Oficial do Município. A medida foi tomada devido ao fato de o município ter ultrapassado, no último mês, a média dos últimos cinco anos, registrando mais de cinco mil casos.
Conforme dados da nona edição do Boletim Epidemiológico Arboviroses da SMS, foram confirmados 5.724 casos de dengue no município, representando aumento de 52,7% em relação à edição anterior do boletim, que havia registrado 3.744 casos desde o início do ano. Além disso, Goiânia registrou um óbito confirmado e outros 10 em investigação. Wilson Pollara explica que o crescimento da doença por quatro semanas seguidas caracteriza a epidemia. “Além desse crescimento de registros confirmados, temos o óbito que confirma a situação de emergência”.
Questionado sobre a gravidade da situação, Wilson Pollara destacou que esse é um momento que requer maior empenho por parte de toda a população. “Da parte administrativa, os processos referentes à epidemia da dengue serão tratados em regime de urgência e prioridade em todos os órgãos e entidades da administração municipal”, afirmou o secretário. Ele acrescentou que contratações temporárias poderão ser realizadas para evitar que o déficit atual do quadro de pessoal permanente afete a prestação dos serviços à população de Goiânia.
Combate
Em termos operacionais, Pollara confirmou a ampliação de ações preventivas e de combate ao vetor transmissor, o Aedes aegypti, destacando a aquisição pública de insumos e materiais, bem como a contratação de serviços estritamente necessários ao atendimento da situação anormal, respeitando a legislação vigente. “Recebemos recentemente outras oito mil armadilhas In Care, que já serão instaladas em regiões estratégicas”, informou.
A tecnologia das armadilhas consiste em um dispositivo feito de plástico durável, aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que atrai as fêmeas do mosquito para depositar os ovos em um recipiente contendo larvicida e um fungo para contaminar os mosquitos durante a postura dos ovos. Ao voarem para fora da armadilha, os insetos espalham as substâncias em outros criadouros, resultando na eliminação dos mosquitos contaminados.
Pollara ressaltou também que a SMS realiza visitas domiciliares constantes por parte dos Agentes de Combate a Endemias (ACEs) para orientar a população sobre as medidas para a prevenção das arboviroses urbanas, enfatizando que 75% dos focos do mosquito estão dentro do ambiente domiciliar, conforme dados do Ministério da Saúde (MS). “O combate à dengue deve ser um pacto social em que toda a sociedade se envolva, cada cidadão fazendo a sua parte para evitar a proliferação do Aedes aegypti”, frisou.
Outra medida destacada pelo secretário de Saúde foi a vacinação contra a dengue. Desde o dia 15 de fevereiro, foram aplicadas 9.896 doses de Qdenga em crianças de 10 a 14 anos na Capital. Distribuído pela farmacêutica japonesa Takeda, o imunizante teve o registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. Trata-se de uma vacina viva atenuada, composta pelos quatro sorotipos vivos do vírus da dengue (DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4), que não protege contra chikungunya, zika e febre amarela.