Sequestrador de ônibus no RJ estava fugindo de facção e confundiu passageiro com policial

Sequestrador de ônibus no RJ estava fugindo de facção e confundiu passageiro com policial

Paulo Sérgio de Lima, responsável pelo sequestro de um ônibus com 16 passageiros na Rodoviária do Rio de Janeiro, contou à polícia que estava fugindo da cidade pois estava sendo ameaçado por uma facção criminosa. O criminoso informou que, ao embarcar no veículo, acreditou que havia sido descoberto e confundiu um dos passageiros com um policial.

O sequestro durou cerca de três horas e deixou duas vítimas: um passageiro atingido de raspão e o outro que foi levado em estado grave ao Hospital Souza Aguiar. A última vítima, identificada como Bruno Lima de Costa Soares, levou três tiros e foi atingido no tórax (perfurando o coração e pulmão) e no abdômen (com lesão no baço). Ele passou por cirurgia de emergência e recebeu seis bolsas de sangue, mas ainda está em estado grave.

Desentendimento com traficantes

O criminoso contou, em depoimento, que trabalhava com tráfico em Muzema e foi até a Rocinha, onde tinha dívidas com bares locais. Ele se desentendeu com um traficante e o baleou. Ele acabou fugindo da Rocinha e se escondeu em hotéis da cidade durante dois dias. Nesta terça-feira, 12, ele decidiu embarcar para Minas Gerais e se abrigar na casa de familiares.

A passagem para Juiz de Fora foi comprada por Paulo pouco antes das 14h. Para a polícia, ele contou que, ao embarcar no veículo, o motorista teria percebido um pane no motor e avisado para os passageiros. O criminoso achou que seria neste momento em que os criminosos o pegariam, chegando a parar um dos passageiros e entregar a arma.

De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, Paulo deverá responder pelos crimes de tentativa de homicídio; sequestro e cárcere privado; e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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