Aparecida: PT, PDR e Podemos são as principais opções para filiação de Vilmar Mariano

A exatos 15 dias do fim do prazo para que pretensos candidatos nas eleições de 2024 estejam filiados a um partido, o prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano, avalia assinar a ficha de ingresso no PT, PDR ou Podemos.

Com a intenção de concorrer a um novo mandato, Vilmar deve mesmo deixar o MDB. Seu antecessor, Gustavo Mendanha, que viria a ser seu principal cabo eleitoral, não o apoia. Além disso, o nome do ex-deputado federal Leandro Vilela, sobrinho de Maguito Vilela – que administrou a cidade por dois mandatos com altos índices de aprovação – vem se consolidando como pré-candidato emedebista naquela cidade.

Pelo que foi apurado pela Poder, nos próximos dias o PT deve convidar Vilmar Mariano, de maneira formal, a filiar-se na legenda. O prefeito de Aparecida tem mantido boas conversas com o deputado federal Rubens Otoni e, vale lembrar, há petistas ocupando cargos na gestão aparecidense. No PT, Vilmar tentaria vincular sua imagem à do presidente Lula e contrapor sua candidatura à do deputado federal Professor Alcides (PL), ligado ao bolsonarismo e líder nas pesquisas de intenção de votos.

O problema: o Partido dos Trabalhadores tem como prioridade as campanhas em Goiânia (com Adriana Accorsi) e em Anápolis (com Antônio Gomide), segundo o próprio Otoni informou à coluna. Logo, há dúvidas se o PT – que sequer ocupa cadeira na Câmara de Aparecida – e sua militância se empenharão de fato no projeto de Vilmar (inclusive com respaldo financeiro).

Já a eventual ida para o PRD tem a ver com a ligação do prefeito com o marqueteiro Jorcelino Braga, que preside a legenda em Goiânia. Ele atua como consultor de Vilmar e sua agência de publicidade também presta serviços à prefeitura.

Quanto ao Podemos, o prefeito animou-se nos últimos dias com o apoio do deputado federal Glaustin da Fokus. A legenda é ligada ao segmento evangélico, em especial à Igreja Assembleia de Deus. Mas nas últimas horas, interlocutores do governo estadual teriam entrado em cena junto à cúpula do Podemos e colocado um freio nas articulações pró-Vilmar Mariano.

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Braga Netto tentou obter dados de delação de Mauro Cid

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de decretar a prisão do general Walter Braga Netto, na manhã deste sábado, 14, foi fundamentada pela tentativa de ele tentar obter detalhes da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, para a Polícia Federal em setembro do ano passado. Segundo a Polícia Federal, a ação pode ser caracterizada como obstrução de Justiça. As informações foram prestadas na última audiência de Mauro Cid à PF, no dia 21 de novembro.

A decretação da prisão, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, a investigação, conforme a Polícia Federal, demonstra que houve contatos de Braga Netto com o pai de Mauro Cid, o general Mauro César Lourena Cid.

“[Os contatos] tinham a finalidade de obter dados sigilosos, controlar o que seria repassado à investigação, e, ao que tudo indica, manter informado os demais integrantes da organização criminosa”, aponta a decisão de Moraes.

O ministro é relator do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Outro argumento aponta que a PF, no dia 8 de fevereiro deste ano, data da deflagração da operação “Tempus Veritatis”, encontrou papeis na mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor de Braga Netto, que orientariam perguntas e respostas sobre delação de Mauro Cid.

“Foi identificado na sede do Partido Liberal (PL), sob a mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor do general Braga Netto, documento com perguntas e respostas acerca da colaboração premiada realizada pelo investigado Mauro Cid”.

Na decisão de Moraes, há trechos de como Cid informou à PF sobre as ações do general.

“Basicamente isso aconteceu logo depois da minha soltura, quando eu fiz a colaboração naquele período, onde não só ele como outros intermediários tentaram saber o que eu tinha falado”.

Dinheiro na sacola de vinho

Outra novidade que Mauro Cid trouxe, na audiência no último dia 21, foi sobre o financiamento das ações de forças especiais por parte de Braga Netto.

“O general repassou diretamente ao então Major Rafael de Oliveira dinheiro em uma sacola de vinho, que serviria para o financiamento das despesas necessárias à realização da operação”, apontou Cid.

Isso foi confirmado pela PF que descobriu a compra de celular e carregamentos de chip, com pagamentos em espécie em estabelecimento na cidade de Brasília.

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