Mulheres recebem 19,4% a menos que os homens, diz relatório do MTE

Empresas com diferença salarial serão notificadas
Dados do 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios mostram que as trabalhadoras mulheres ganham 19,4% a menos que os trabalhadores homens no Brasil. O levantamento inédito foi divulgado nesta segunda-feira, 25, pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE).

O relatório foi consolidado a partir das informações preenchidas no eSocial, o sistema federal de coleta de informações trabalhistas, previdenciárias e tributárias. Ao todo, 49.587 empresas com 100 ou mais funcionários do Brasil preencheram as informações relativas a 2022. O objetivo deste documento é tornar conhecida a realidade remuneratória dos trabalhadores nas empresas e suas políticas de incentivo à contratação e promoção na perspectiva de gênero. E este primeiro relatório confirmou a desigualdade salarial entre mulheres e homens.

O relatório nacional apresenta dados nacionais de remuneração média e salário contratual mediano de mulheres e homens, além das realidades em cada unidade da federação, a realidade dos salários por raça/cor e por grandes grupos ocupacionais.

A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611/2023 que trata da Igualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada em julho de 2023. As empresas de direito privado com 100 ou mais empregados que não apresentarem os dados para Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios duas vezes ao ano estarão sujeitas à multa.

Dados

O relatório nacional mostra que do total de estabelecimentos com 100 ou mais empregados que enviaram informações (49.587), 73% (36 mil) deles existem há 10 anos ou mais. Juntos, eles somam quase 17,7 milhões de empregados com vínculos formais de trabalho, o que equivale a 41,6% do total.

Apesar de as mulheres receberem, em média, 19,4% a menos que os homens, a diferença salarial pode variar ainda mais, conforme o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença de remuneração chega a 25,2%.

O Ministério das Mulheres destaca que no recorte por raça/cor do relatório, as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho (2.987.559 vínculos, 16,9% do total), são as que têm renda mais desigual.

Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 3.040,89, correspondendo a 68% da média de remuneração dos homens não-negros é de R$ 5.718,40 — 27,9% superior à média. As mulheres negras também ganham 66,7% da remuneração das mulheres não negras.

Se considerado o salário médio de contratação das mulheres negras (R$ 1.566,00), a remuneração corresponde a 82% da média dos salários iniciais (R$ 1.901,00). Mas quando comparado aos salários iniciais de homens não negros, eles recebem 19% superior à média total do salário de contratação.

Critérios remuneratórios

O relatório nacional mostra que cerca de metade das empresas (51,6%) possuem planos de cargos e salários ou planos de carreira, e que grande parte delas adotam critérios remuneratórios como proatividade (81,6%); capacidade de trabalhar em equipe (78,4%); tempo de experiência (76,2%); cumprimento de metas de produção (60,9%); disponibilidade de pessoas em ocupações específicas (28%); horas extras (17,5%).

O Ministério das Mulheres observa que horas extras, disponibilidade para o trabalho, metas de produção, entre outros critérios, são atingidos mais pelos homens do que pelas mulheres. A explicação é que geralmente, as trabalhadoras têm interrupção no tempo de trabalho devido à licença-maternidade e à dedicação com cuidados com filhos e pessoas dependentes delas, como idosos e pessoas com deficiência (PcD).

Contratação, permanência e ascensão profissional

Apenas 32,6% das empresas têm políticas de incentivo à contratação de mulheres. O percentual é ainda menor, se considerados os incentivos à diversidade dentro das empresas para grupos específicos de mulheres: negras (26,4%); mulheres com deficiência (23,3%); LBTQIAP+ (20,6%); mulheres chefes de família (22,4%); mulheres vítimas de violência (5,4%).

Especificamente para cargos de direção e gerência, apenas 38,3% dos empregadores declararam que adotam políticas para ascensão profissional de mulheres.

Outros dados indicam que poucas empresas ainda adotam políticas como flexibilização de regime de trabalho para apoio à parentalidade (39,7%), de licença maternidade/paternidade estendida (17,7%) e de auxílio-creche (21,4%).

Estados

De acordo com o relatório, São Paulo concentra 33% dos estabelecimentos participantes do relatório, com um total de 16.536 empregadores. O estado também tem o maior número de mulheres com carteira assinada: 2,6 milhões ou 14,7% do total de vínculos de emprego. Já o Acre (44,4%), Rio Grande do Sul (43,3%), Santa Catarina (42,7%) e Amapá (42,7%) têm as maiores proporções de mulheres celetistas trabalhando.

Os dados do levantamento mostraram, ainda, diferenças de remuneração entre mulheres e homens por unidades da federação. Em 2022, o Distrito Federal foi a unidade da Federação com menor desigualdade salarial entre homens e mulheres. Na capital federal, elas recebem 8% a menos que eles, em um universo de 1.010 empresas que, ao todo, empregam 462 mil pessoas. A remuneração média no DF é R$ 6.326,24.

As mulheres de São Paulo recebem 19,1% a menos do que os homens, semelhante à desigualdade média nacional (19,4%). A remuneração média é de R$ 5.387 no estado do Sudeste. As unidades da federação com as menores remunerações médias são Sergipe (R$ 2.975,77) e Piauí (R$ 2.845,85).

Próximos passos

As 49.587 empresas que preencheram os dados do relatório de transparência salarial têm até domingo (31) para divulgar para seus empregados, trabalhadores e público em geral o relatório da transparência salarial da própria empresa. O documento foi disponibilizado individualmente por empresa pelo Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), na quinta-feira (21) no Portal Emprega Brasil  e pode ser acessado por meio de login com CNPJ e senha do empregador.

A legislação determina que este relatório deve ser publicado no site das próprias empresas, nas redes sociais delas e fisicamente em local visível para ampla divulgação. As empresas que não tornarem públicas as informações do relatório estarão sujeitas à multa de 3% do valor total da folha de pagamentos, limitada a 100 salários mínimos.

As empresas com diferença salarial devidamente constatada serão notificadas pelo MTE e terão 90 dias para elaborar um Plano de Ação para Mitigação da Desigualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios, com a participação de representantes de entidades sindicais e dos empregados. O objetivo é reduzir as diferenças de remuneração não justificadas.

Outros espaços

Denúncias de desigualdade salarial podem ser realizadas pela Carteira de Trabalho Digital no site ou aplicativo para smartphones desenvolvido pelo Ministério do Trabalho e Emprego nos sistemas Android e iOS. Antes, é preciso acessar o portal digital de serviços do governo federal, o Gov.br.

Para esclarecer eventuais dúvidas sobre a lei, o Ministério das Mulheres, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, lançou nesta segunda-feira (25), a Cartilha Tira-Dúvidas: Lei da Igualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens com informações destinadas aos trabalhadores e a empregadores.

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Governo promove lives para empreendedores desvendarem o e-commerce

Descubra como impulsionar suas vendas online no mundo do artesanato e moda! Assista a série de lives gratuitas “Rompendo Fronteiras: Artesanato e Moda no E-commerce”, com especialistas do Sebrae e Shopee. Aprenda o passo a passo para iniciar seu negócio online, definir o preço ideal e dominar estratégias de marketing digital para atrair clientes. As lives acontecem nos dias 13, 20 e 27 de setembro, das 9h às 11h, no canal do Youtube da Secretaria da Retomada.
 
A Secretaria da Retomada e o Goiás Social, em parceria com o Sebrae e a Shopee, promovem uma série de lives especialmente desenvolvidas para artesãos e empreendedores da moda que desejam expandir suas vendas online. Com o título “Rompendo Fronteiras: Artesanato e Moda no E-commerce”, as lives acontecem nos dias 13, 20 e 27 de setembro, das 9h às 11h, e serão transmitidas pelo canal do Youtube da Secretaria da Retomada.
 
Especialistas renomados participam das lives e ensinam o passo a passo para o sucesso no ambiente digital. Aprenda como iniciar um negócio no e-commerce, descubra a fórmula para chegar ao preço certo e domine as estratégias de marketing para chamar a atenção do comprador online.
 
“Essa iniciativa é voltada para micro e pequenos empreendedores, muitos deles beneficiados pelo Crédito Social, que montaram o próprio negócio e, agora, precisam de ajuda para desvendar o mercado digital. As palestras são riquíssimas em informações que podem multiplicar as vendas de quem colocar o aprendizado em prática”, afirma o secretário da Retomada, César Moura.
 
A abertura da série de lives, no dia 13/09, conta com a presença do palestrante Nelson M., do Time de Educação e Eventos da Shopee. Mestre em Educação, ele já liderou mais de 50 treinamentos e eventos por todo o Brasil. No dia 20/09, George Gustavo Toledo, formado em Administração e atual Gestor Estadual do Programa Conexão Financeira do Sebrae Goiás, comanda o evento.
 
No último dia de live, 27/09, o palestrante do Sebrae aborda estratégias avançadas de marketing digital, incluindo SEO, publicidade paga e criação de conteúdo. O objetivo é equipar os participantes com ferramentas e técnicas para ampliar sua presença online e impulsionar suas vendas.
 

SERVIÇO

 
Seu Produto na Shopee: Oportunidade para Expandir Suas Vendas Palestrante: Nelson M. Data: 13 de setembro Horário: 9h às 11h Local: Canal do Youtube da Secretaria da Retomada
 
Preço Certo: Aprenda Como Chegar no Valor Que Vai Bombar Seu Produto Palestrante: George Gustavo Toledo, Coordenador Estadual de Conexões Financeiras do Sebrae Data: 20 de setembro Horário: 9h às 11h Local: Canal do Youtube da Secretaria da Retomada
 
Marketing Digital: Estratégias para Alavancar Suas Vendas Online Palestrante: Sebrae Data: 27 de setembro Horário: 9h às 11h Local: Canal do Youtube da Secretaria da Retomada

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