Primeiro receptor de rim de porco recebe alta após cirurgia realizada por médico brasileiro

Primeiro receptor de rim de porco recebe alta após cirurgia realizada por médico brasileiro (Foto: Massachussets General Hospital)

O primeiro ser humano a receber um rim de porco geneticamente modificado durante um transplante recebeu alta hospitalar nos Estados Unidos na quarta-feira, 3. Richard Slayman, de 62 anos, expressou que não se sentia tão saudável há muitos anos.

Richard compartilhou em suas redes sociais que está vivendo um momento pelo qual esperou durante anos. “Agora, é uma realidade e um dos momentos mais felizes da minha vida”, declarou.

O procedimento foi conduzido pelo médico brasileiro Leonardo Riella. A cirurgia inovadora aconteceu em 16 de março em um hospital em Boston, onde Riella trabalha.

Em entrevista ao Jornal da Globo, Riella compartilhou a emoção ao ver o paciente deixar o hospital. “A gente trabalhou meses para que o transplante fosse bem-sucedido. Acho que ver ele saindo do hospital, e ele poder ir para casa com o rim funcionando, foi uma emoção muito grande”, relatou.

Doença renal

Richard Slayman foi diagnosticado com uma doença renal em estágio avançado, além de diabetes tipo 2 e hipertensão, fazendo diálise há sete anos.

Após um transplante de rim de outra pessoa em 2018, que falhou cinco anos depois, e voltando à diálise em 2023, Richard aguardava na fila por um novo rim. No Brasil, são 30 mil pacientes na mesma situação; nos Estados Unidos, onde Richard reside, são 100 mil.

O transplante de rim suíno representa um avanço significativo na medicina, oferecendo esperança às pessoas que aguardam por órgãos. Além de aumentar a oferta de órgãos e salvar vidas, a pesquisa visa desenvolver alternativas ao tratamento por hemodiálise.

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Espanha investiga Airbnb em ofensiva contra aluguéis turísticos irregulares

O governo da Espanha abriu uma investigação sobre o Airbnb, acusando a plataforma de não remover milhares de anúncios irregulares que, segundo autoridades e moradores, contribuem para a falta de moradias e a elevação dos preços de aluguel e imóveis no país.

A ação foi divulgada nesta quarta-feira, 18, pelo Airbnb, que confirmou ser alvo de uma investigação conduzida pelo Ministério dos Direitos do Consumidor. O órgão, no entanto, não mencionou o nome da empresa publicamente. Caso seja considerada culpada, a plataforma enfrenta uma multa de até 100 mil euros (cerca de R$ 650 mil) ou um valor equivalente a quatro a seis vezes o lucro gerado pelas práticas consideradas irregulares.

A investigação integra uma ampla campanha da Espanha para limitar o impacto do aluguel turístico em cidades, especialmente em plataformas como Airbnb e Booking.com. Muitos espanhóis atribuem a essas práticas a escassez de moradias, o turismo excessivo e a dificuldade dos moradores locais em pagar aluguéis.

De acordo com o Ministério dos Direitos do Consumidor, a plataforma investigada foi notificada para remover anúncios de imóveis classificados como “publicidade ilegal” devido à ausência de licenças para uso turístico, mas a solicitação não foi atendida, resultando no início de um processo disciplinar.

Defesa do Airbnb

O Airbnb afirmou que orienta os anfitriões a garantir que possuem as permissões necessárias para alugar seus imóveis e seguem as normas locais. A empresa alegou que o governo não forneceu uma lista clara de anúncios fora de conformidade e argumentou que nem todos os proprietários precisam de licença para alugar.

Além disso, a plataforma contestou a autoridade do Ministério para regulamentar aluguéis de curto prazo, citando decisões judiciais, incluindo uma de 2019 do Tribunal de Justiça da União Europeia, que classificou o Airbnb como um “serviço da sociedade da informação”, e não como um agente imobiliário. A empresa declarou ainda que não tem obrigação de monitorar os conteúdos publicados, em conformidade com a Lei de Serviços Digitais.

Regulamentação mais rígida em andamento

O Ministério dos Direitos do Consumidor reforçou que a maioria das regulamentações regionais exige que anúncios de residências turísticas incluam o número da licença, e a ausência dessa informação é considerada publicidade ilegal. O porta-voz do órgão evitou comentar diretamente sobre a investigação, alegando não poder confirmar o nome da plataforma envolvida.

Medidas mais severas contra aluguéis turísticos já foram tomadas em Barcelona. Em junho, o prefeito Jaume Collboni anunciou a proibição total de aluguéis de curto prazo até 2028. A decisão, atualmente contestada por associações de proprietários de imóveis turísticos, foi criticada pelo Airbnb, que alegou favorecer apenas o setor hoteleiro, sem resolver os problemas de turismo excessivo e crise imobiliária.

A repressão aos aluguéis turísticos não se limita à Espanha. Outros países europeus, como Itália e Croácia, também adotaram ações para restringir o crescimento desse tipo de locação.

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