Hoje, 19, é a data marcada no calendário para o Dia do Índio. Porém, mais do que uma comemoração, esse dia representa uma luta por direitos ainda a serem alcançados. Em meio às ameaças de violência, riscos de perda de direitos em decorrência da pressão dos latifundiários, mineradoras e usinas, alguns povos indígenas lutam por mais autonomia, tentando conquistar, com a comercialização de seus produtos e com o turismo, alternativas para diminuir a dependência dos recursos da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Buscando a preservação e fortalecimento da cultura e dos direitos indígenas, a Aldeia Multiétnica, que é parte da programação do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada Dos Veadeiros, acontece anualmente no interior de Goiás. Completando 12 anos em 2018, o objetivo do evento segundo Tila Avelino, que faz parte da organização, é “sensibilizar as pessoas que não conhecem os povos indígenas do Brasil para uma realidade que é de todos nós”. No Brasil, há cerca de 1 milhão de indígenas de mais de 250 etnias distintas vivendo em 13,8% do território nacional.
Nascida e criada na comunidade, a organizadora relembra ainda a importância do conhecimento da cultura indígena: “o dia do índio precisa ser celebrado todos os dias, pois eles são a raiz de nossa identidade. Os povos indígenas no Brasil seguem vivos e com muitos desafios. Olhar para eles para além do exótico é necessidade urgente.”
O Encontro de Culturas, realizado há 20 anos pela Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge, situada na Vila de São Jorge na Chapada dos Veadeiros, proporciona a quem participa a oportunidade de vivenciar um pouco do modo de viver dos indígenas. Além de conhecer os ritos, os produtos produzidos nas aldeias, os cantos, as crenças e as artes. No dia 23 de abril toda as informações sobre a XII Aldeia Multiétnica, que acontece este ano, será divulgada.
Sobre o Encontro
O I Encontro começou em julho de 2001 e desde então é a marca registrada da região nesse mês, com a presença de mestres da cultura popular e tradicional, etnias indígenas de diferentes lugares do País, comunidades quilombolas e grupos de cultura popular de todo o Brasil.
De automóvel, avião, carroça, moto, ônibus, pau-de-arara e a cavalo chegam os forasteiros de perto e de longe para o encontro dos que se reconhecem nas manifestações simples e grandiosas dos povos dos campos, das roças, quilombos e aldeias. Dividir sons, rezas, danças e prosas vira a rotina de todos que transitam pela vila de São Jorge.
Ruas cheias, coloridas, musicadas e iluminadas pela força ancestral dos povos indígenas e quilombolas esperam pelos turistas. Rezaremos, cantaremos, dançaremos e brindaremos o que nenhum dos três poderes, legítimos ou não, poderão diminuir: a força dos povos do Brasil.
(Com informações do site oficial do Encontro e dados de Agência Brasil).