Um dos desafios de Rogério Cruz é provar que sua candidatura à reeleição é pra valer

Entre todos os pré-candidatos anunciados à Prefeitura de Goiânia, Rogério Cruz (Solidariedade) é o que, sem dúvida, tem o fardo mais pesado para carregar neste período que antecede a campanha eleitoral. Seus adversários já criticam sua administração na tentativa de figurarem, no cenário político, como “competentes” e “aptos” a corrigirem, a partir de 2025, os eventuais erros desta gestão.

Além disso, se somarmos seu baixo desempenho nas pesquisas e os expressivos índices de rejeição junto ao eleitorado goianiense com o fato de seu antigo partido, o Republicanos, ter lhe negado legenda para concorrer novamente ao Paço Municipal, entenderemos melhor o esforço do prefeito para provar à população da capital que a sua busca pela reeleição é pra valer, e que ele tocará este projeto até o fim.

A apresentação que Rogério fez, pelas redes sociais, de um marqueteiro que estará ao seu lado daqui em diante contribuiu com este propósito. As entrevistas em que ele já fala abertamente sobre diálogos com outros partidos, a fim de tê-los em sua futura coligação, também.

E o que dizer do grande mutirão realizado neste final de semana na região Oeste, com mais de 20 serviços gratuitos, onde o prefeito estava visivelmente à vontade, com uma disposição ímpar, percorrendo os estandes, falando com o maior número de pessoas possível e, inclusive, entregando obras?

Na prática, ao dar publicidade às suas ações administrativas – como o mutirão que o permitiu circular no meio do povo – e às suas articulações políticas, o prefeito quer ter a chance de ser visto – será que ainda há tempo hábil pra isso? – como um candidato que tem corrido atrás e feito a sua parte para tentar ter um certo protagonismo no quadro sucessório da capital. Algo que lhe seria muito natural se sua gestão contasse com bons índices – igual ou superior a 50%, por exemplo – de aprovação junto à população.

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Presidente da Câmara, Romário Policarpo tenta valorizar passe do PRD junto a Sandro Mabel

Presidente da Câmara, Romário Policarpo tenta valorizar passe do PRD junto a Sandro Mabel

Pré-candidato a prefeito de Goiânia, o empresário Sandro Mabel (UB) parece ter entendido o “recado” passado, neste final de semana, pelo presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), e compareceu à sede do Legislativo nesta terça-feira, 9. Romário “cogitou” levar seu PRD para a pré-campanha à reeleição do prefeito Rogério Cruz (SD); e entre os argumentos, o de que tem indicações no primeiro escalão do Paço Municipal.

O PRD, assim como PSB, Agir, PMB e Avante, integra (ou integrava) um bloco articulado pelo presidente da Assembleia, Bruno Peixoto (UB), para fortalecer sua pré-candidatura a prefeito. Na sequência, o mesmo bloco acertou com Sandro Mabel que indicaria o pré-candidato a vice-prefeito dele.

Mas fato é que Avante e Agir já protagonizaram eventos recentes em que declararam apoio a Sandro, ao passo que o PSB é dado como certo na chapa da pré-candidata Adriana Accorsi (PT) via costuras feitas em âmbito nacional.

Vendo então que seu PRD correria o risco de ter seu passe desvalorizado, já que as demais legendas daquele bloco já seguiram seu rumo, houve então esta “ameaça” pública de compor com Rogério – segundo avaliações do QG de campanha de Mabel – que, diga-se de passagem, não exonerará, pelo menos não por agora, indicados de Romário Policarpo sob pena de ter mais problemas do que os que já tem.

Para demonstrar que está disposto a trabalhar pelo maior número de aliados possíveis em torno do seu projeto, Sandro foi hoje à Câmara, onde conversou com o presidente da Casa. Aliás, sua ida foi no mesmo dia em que CCJ deu sinal verde para votação do projeto de autoria do Executivo que permite a prefeitura vender 76 áreas públicas. Ele diz ser contra a matéria e afirma que os espaços podem ser usados para construção de CMEIs e unidades de saúde. A tramitação do projeto em plenário – incluindo aí se entrará em pauta antes ou somente depois do recesso dos vereadores – será um bom indicativo de quão produtiva foi a conversa entre Romário e Mabel.

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