Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás representa a América do Sul em festival europeu

A Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás foi convidada a representar a América do Sul no festival Young Euro Classic, que ocorrerá em Berlim, na Alemanha, em agosto. Formado por estudantes da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França, unidade pública da rede estadual de ensino profissionalizante do Governo de Goiás, o grupo parte para a Europa no segundo semestre.

“Goiás é hoje referência nacional e internacional em arte, e tudo isso possibilitado pelo ensino público que nosso governo oferece aos cidadãos. Os goianos que vão para a Europa tocar são alunos da Escola do Futuro em Artes Basileu França, que exporta bailarinos para as melhores companhias, e que tem duas das melhores orquestras do mundo. É um orgulho enorme”, aponta o governador Ronaldo Caiado.

O Young Euro Classic completa 25 anos de existência em 2024, e é o maior do gênero no mundo. “Nós recebemos apenas as melhores orquestras jovens do mundo”, diz um trecho do convite enviado pela direção do festival ao chefe do Executivo. Desde sua primeira temporada, em 2000, o festival se tornou a principal plataforma disponível para orquestras jovens internacionais na tradição da música clássica europeia.

Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, José Frederico Lyra Netto, os resultados alcançados são fruto dos investimentos realizados na escola. “Criamos em Goiás uma política pública de alto nível voltada para o ensino profissionalizante em arte e tecnologia. Prova disso é ver nossos jovens levando o nome do estado mundo afora”, afirma. “É uma honra participar junto às outras grandes orquestras de todo o mundo”, complementa o maestro Eliel Ferreira.

Ao todo, 17 orquestras jovens de vários países vão participar do festival entre 9 e 25 de agosto. A Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás vai tocar no dia 23, executando obras de compositores reconhecidos da música clássica brasileira, como Alberto Ginastera, Camargo Guarnieri, Heitor Villa Lobos e Hekel Tavares. O grupo foi fundado em 2001 e tem se sustentado como um dos principais centros de formação de músicos do Centro-Oeste.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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