O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi multado, nesta terça-feira, 30, em US$ 9.000 por violar repetidamente uma ordem de silêncio que o impedia de fazer declarações públicas sobre testemunhas, jurados e alguns outros ligados ao seu julgamento em Nova York. O juiz alertou que, se Trump fizer isso de novo, poderá ser preso.
A informação é da agência Associated Press. Os promotores alegaram 10 violações, mas o juiz de Nova York, Juan M. Merchan, concluiu que havia nove. Trump olhou para a mesa à sua frente enquanto o juiz lia a decisão, franzindo ligeiramente a testa.
Foi uma repreensão contundente à insistência do ex-presidente republicano de que estava exercendo os seus direitos de liberdade de expressão e um lembrete de que é um réu criminal sujeito ao processo de julgamento. A ameaça do juiz de prender um antigo presidente sinalizou que a já precária situação legal de Trump poderia piorar ainda mais, dependendo do seu comportamento durante o resto do julgamento.
Trump não respondeu às perguntas dos repórteres sobre a multa no corredor do tribunal quando o julgamento foi retomado à tarde. Merchan escreveu que está “profundamente consciente e protetor” dos direitos de Trump na Primeira Emenda, “particularmente dada a sua candidatura ao cargo de Presidente dos Estados Unidos”.
“É extremamente importante que os direitos legítimos de liberdade de expressão do réu não sejam restringidos, que ele seja capaz de fazer campanha plena para o cargo que procura e que seja capaz de responder e se defender contra ataques políticos”, escreveu Merchan.
Ainda assim, advertiu que o tribunal não toleraria “violações intencionais das suas ordens legais e que, se necessário e apropriado dadas as circunstâncias, imporá uma pena encarceratória”.