Lei com sanções a invasores de terra em Goiás reforça discurso de direita de Caiado

Está publicado em suplemento do Diário Oficial do Estado da última sexta-feira, 10/5: invasores de propriedades privadas, rurais ou urbanas, quando devidamente identificados por algum órgão fiscalizador, não poderão receber benefícios sociais do Governo de Goiás. Também não poderão participar de concursos públicos estaduais e nem poderão ser nomeados para cargos em comissão no Executivo estadual. Há também previsão de pagamento de multa diária cujo valor irá oscilar entre R$ 20 mil e R$ 50 mil, a depender da “gravidade da conduta”.

Estas vedações constam em projeto de lei – já devidamente sancionado pelo governador Ronaldo Caiado (UB) – de autoria dos deputados estaduais Talles Barreto (UB) e Gugu Nader (Agir) e do ex-deputado Fred Rodrigues (DC), que perdeu o mandato no final do ano passado por problemas na prestação de contas das eleições municipais de 2020, quando disputou vaga na Câmara de Vereadores de Goiânia.

A nova lei estadual reforça o incisivo discurso que Caiado tem feito contra invasões de terras no estado. Não raro o governador reafirma que em Goiás “prevalecerá o direito à propriedade privada” e que “não irá tolerar invasões de terra promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST)”. Tais declarações reforçam o perfil de direita do governador que, já na década de 80, defendia os interesses dos produtores rurais presidindo a União Democrática Ruralista (UDR). E foi esta bandeira que ele usou como alicerce, nas eleições de 1989, na sua candidatura à Presidência da República.

Mais de 30 anos depois, e novamente pré-candidato ao Palácio do Planalto, a postura firme de Caiado contra invasão de terras também significa um aceno aos eleitores bolsonaristas e, claro, um forte contraponto à esquerda. Isso, inclusive, já tem lhe rendido frutos. Neste último final de semana, a revista VEJA noticiou que ele é o governador “mais eficiente” para “impedir e desmobilizar invasões de propriedades promovidas principalmente por grupos ligados ao MST”.

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Presidente da Câmara, Romário Policarpo tenta valorizar passe do PRD junto a Sandro Mabel

Presidente da Câmara, Romário Policarpo tenta valorizar passe do PRD junto a Sandro Mabel

Pré-candidato a prefeito de Goiânia, o empresário Sandro Mabel (UB) parece ter entendido o “recado” passado, neste final de semana, pelo presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), e compareceu à sede do Legislativo nesta terça-feira, 9. Romário “cogitou” levar seu PRD para a pré-campanha à reeleição do prefeito Rogério Cruz (SD); e entre os argumentos, o de que tem indicações no primeiro escalão do Paço Municipal.

O PRD, assim como PSB, Agir, PMB e Avante, integra (ou integrava) um bloco articulado pelo presidente da Assembleia, Bruno Peixoto (UB), para fortalecer sua pré-candidatura a prefeito. Na sequência, o mesmo bloco acertou com Sandro Mabel que indicaria o pré-candidato a vice-prefeito dele.

Mas fato é que Avante e Agir já protagonizaram eventos recentes em que declararam apoio a Sandro, ao passo que o PSB é dado como certo na chapa da pré-candidata Adriana Accorsi (PT) via costuras feitas em âmbito nacional.

Vendo então que seu PRD correria o risco de ter seu passe desvalorizado, já que as demais legendas daquele bloco já seguiram seu rumo, houve então esta “ameaça” pública de compor com Rogério – segundo avaliações do QG de campanha de Mabel – que, diga-se de passagem, não exonerará, pelo menos não por agora, indicados de Romário Policarpo sob pena de ter mais problemas do que os que já tem.

Para demonstrar que está disposto a trabalhar pelo maior número de aliados possíveis em torno do seu projeto, Sandro foi hoje à Câmara, onde conversou com o presidente da Casa. Aliás, sua ida foi no mesmo dia em que CCJ deu sinal verde para votação do projeto de autoria do Executivo que permite a prefeitura vender 76 áreas públicas. Ele diz ser contra a matéria e afirma que os espaços podem ser usados para construção de CMEIs e unidades de saúde. A tramitação do projeto em plenário – incluindo aí se entrará em pauta antes ou somente depois do recesso dos vereadores – será um bom indicativo de quão produtiva foi a conversa entre Romário e Mabel.

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