Pit-Dogs podem se tornar patrimônio histórico e cultural em Goiânia

“Nosso funcionamento é constantemente ameaçado pela falta de uma legislação específica que regulamente a atividade. O tombamento é uma possibilidade que irá promover a padronização das sanduicherias e  a inclusão dos lanches na gastronomia nacional”

Ícones da cultura gastronômica de rua de Goiânia, os famosos Pit-Dogs poderão ser agraciados com um reconhecimento legislativo. Foi aprovado, em primeira votação na Câmara Municipal, projeto de lei com objetivo de tornar as sanduicherias patrimônio histórico e cultural da capital. Caso o dispositivo seja aprovado e, sancionado, lanchonetes não poderão ser removidas ou modificadas sem autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O projeto é de autoria dos vereadores Alyson Lima (PRB) e Zander Costa (PEN),com objetivo de valorizar e dar segurança aos estabelecimentos tipicamente goianienses. Alyson Lima acredita que são no mínimo, 50 anos de presença desses estabelecimentos na capital, os quais enfrentam um momento de “fragilidade”, no que diz respeito a importância histórica que eles representam. “Pouco tempo atrás havia na prefeitura um calendário de demolição de 35 estabelecimentos em situação irregular, que foi suspenso. Então, este é um presente, com o qual poderão ter acesso a mais linhas de crédito, além de terem mais segurança para desempenhar a atividade, que é geradora de tantos empregos”, destaca.

Porém, caso a proposta seja aprovada, nem todos os estabelecimentos serão tombados. “O projeto ainda será debatido com outros vereadores, passará pela análise de comissões e iremos, isso ainda não foi feito, buscar a construção de uma agenda com Iphan para elaboração de critérios para moldar os tombamentos”, afirma.

O presidente do Sindicato dos Proprietários de Pit-Dog (Sindpit-Dog), Ademilson Godoy, a iniciativa é um reconhecimento a resistência desses estabelecimentos. Um Pit-Dog no Setor Marista chegou a ser removido forçadamente em fevereiro deste ano. A demolição causou a revolta da categoria, que conseguiu suspender, parcialmente, a execução. “Nosso funcionamento é constantemente ameaçado pela falta de uma legislação específica que regulamente a atividade. O tombamento é uma possibilidade que irá promover a padronização das sanduicherias e  a inclusão dos lanches na gastronomia nacional”, ressalta.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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