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Caiado critica modelo atual de correção das dívidas dos estados: “Próximo da agiotagem”

Última atualização 04/07/2024 | 11:21

O governador Ronaldo Caiado voltou a criticar o modelo atual de renegociação das dívidas dos estados com a União e cobrou urgência na revisão do indexador da dívida, em entrevista à Globonews, nesta quinta-feira (04/07). Convidado do programa Em Ponto, apresentado por Mônica Waldvogel e Nilson Klava, Caiado assegurou que vai atuar fortemente por um desfecho positivo para a “eterna novela das dívidas dos estados”.

A expectativa agora é que o tema avance no Congresso por meio de projeto articulado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Da forma como está, argumentou Caiado, a situação conduz a um sufocamento fiscal. “É próximo a um processo de ‘agiotagem”, comparou.

Caiado abordou de forma incisiva a necessidade de revisão do indexador das dívidas dos estados com a União, “para que esse parâmetro não transforme todos os governadores em maus pagadores”. “Nenhum estado consegue arcar com uma dívida que sobe de R$ 283 bilhões para mais de R$ 700 bilhões”, disse ele, referindo-se ao valor atual dos débitos dos entes federativos com a União, que saltou nos últimos anos e chegou a R$ 764 bilhões.

O governador enfatizou que a inação neste tema pode levar os estados a uma séria incapacidade de investimento já a partir de 2025, destacando a pressão crescente sobre os recursos estaduais para atender às necessidades básicas da população. “É um tema que não dá mais para ser prorrogado, senão os estados entram num processo de incapacidade de investimento. Tem uma demanda que a sociedade exige de nós em saúde, educação, segurança, infraestrutura, isso daí não pode ser garroteado”, declarou.

Além das questões financeiras, Caiado também criticou a centralização de poder pelo governo federal, mencionando a reforma tributária como exemplo. “Os estados têm sido muito penalizados. Você vê que cada vez mais o governo federal tenta concentrar esse poder, cada vez mais se apoderando das decisões dos estados, tirando em muito a nossa governabilidade e a nossa capacidade de prever o avanço da economia e da oferta de empregos à nossa população”, argumentou.