Caso Aline: influenciadora morta após procedimento com PMMA estava com infecção generalizada

Exames realizados horas antes da morte de Aline Maria Ferreira, de 33 anos, apontam que ela possuía uma forte infecção generalizada, que inundou ambos os pulmões de secreção. Aline perdeu a vida na última terça-feira, 2, após passar por um procedimento estético em uma clínica em Goiânia.

A informação foi obtida pela coluna Na Mira, do Metrópoles, que apontou que a influenciadora brasiliense morreu devido a uma forte infecção, que resultou no que é chamado de pulmão de vidro fosco. A doença é conhecida como uma mudança na aparência do órgão, sendo caracterizada pelo aumento da densidade do parênquima pulmonar em que permanece visíveis os contornos dos brônquios e vasos no interior da área prejudicada por outra doença.

Após os exames, o Instituto Médico Legal (IML) coletou amostras retiradas dos locais onde a “biomédica” aplicou a substância que matou a influenciadora. Também foram coletados tecidos dos pulmões, coração, fígado, dois rins e do cérebro. A iniciativa tenta mensurar a amplitude de infecção generalizada que tomou o corpo da influenciadora.

O caso

Aline Maria Ferreira morreu na última terça-feira, 2, após ser internada em um hospital particular de Brasília. Familiares apontam que a influenciadora digital passou mal após passar por um procedimento de intervenção estética em uma clínica de Goiânia, sendo de propriedade de Grazielly da Silva Barbosa.

A influenciadora teria aplicado 30 mm de PMMA em nádegas do glúteo e sido liberada em seguida, voltado para Gama (DF) onde começou a sentir febre e dor na barriga. Familiares entraram em contato com a clínica de estética, que recomendou que a paciente tomasse um remédio para dor de cabeça.

Sem melhora, Aline foi levada as pressas para um hospital particular, na Asa Norte, sendo transferida para um hospital público. Ela ficou internada no local por um dia, até que foi transferida novamente para outro hospital particular, onde não resistiu e faleceu.

Relatos de familiares apontam que a influencer precisou passar o tempo todo de bruços no hospital, com as nádegas para cima, e que nenhum medicamento dado no hospital surtia efeito na melhora de dores.

Prisão

Grazielly foi presa na última quarta-feira, 4, e teve a clínica fechada pela Vigilância Sanitária. Em coletiva de imprensa, a delegada Débora Melo, da Delegacia Estadual de Repreensão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), explicou que a esteticista foi presa em flagrante na clínica enquanto atendia clientes.

“Verificamos que havia fluxo de pessoas, entrando e saindo. Acionamos a Vigilância Sanitária e fizemos uma fiscalização. Comprovamos que não havia alvará sanitário definindo os tipos de atividades realizadas nem, sequer, existia um responsável técnico [no local]”, afirmou a delegada.

A investigação descobriu que Grazielly não era apta para realizar este tipo de procedimento, uma vez que não era formada em Biomedicina, como se apresentava. “Ela disse que cursou até o terceiro período de medicina em uma faculdade do Paraguai, mas que trancou há três anos. Também nos contou que fez cursos livres na área de estética, mas não apresentou certificados”, completou Débora Melo.

Grazielly foi autuada por exercício ilegal da medicina, pela realização de diversos procedimentos autorizados apenas para a classe médica; por execução de serviço de alta periculosidade, quando é realizado procedimentos sem autorização de órgãos legais; e por crime contra a relação de consumo, pois metia sobre ser biomédica e não explicava os riscos dos procedimentos.

Na clínica, os investigadores apreenderam diversos rótulos de substâncias usadas em Aline e apuram para saber se ocorreu o crime de lesão corporal. Celulares, tanto da falsa biomédica quanto da clínica, foram recolhidos para revelar onde os produtos eram comprados e a existências de pessoas envolvidas no caso.

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Ex-marqueteiro de Milei é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Fernando Cerimedo, um influenciador argentino e ex-estrategista do presidente argentino Javier Milei, é o único estrangeiro na lista de 37 pessoas indiciadas pela Polícia Federal (PF) por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Essas indecisões foram anunciadas na quinta-feira, 21 de novembro.

Cerimedo é aliado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e teria atuado no ‘Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral’, um dos grupos identificados pelas investigações. Além dele, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta seu terceiro indiciamento em 2024.

Em 2022, o influenciador foi uma das vozes nas redes sociais que espalhou notícias falsas informando que a votação havia sido fraudada e que, na verdade, Bolsonaro teria vencido Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

Além disso, ele também foi responsável por divulgar um ‘dossiê’ com um conjunto de informações falsas sobre eleições no país. Em vídeos, ele disse que algumas urnas fabricadas antes de 2020 teriam dois programas rodando juntos, indicando que elas poderiam ter falhas durante a contagem de votos.

Investigações

As investigações, que duraram quase dois anos, envolveram quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaboração premiada, buscas e apreensões. A PF identificou vários núcleos dentro do grupo golpista, como o ‘Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado’, ‘Núcleo Jurídico’, ‘Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas’, ‘Núcleo de Inteligência Paralela’ e ‘Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas’.

Os indiciados responderão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A lista inclui 25 militares, entre eles os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, todos ex-ministros de Jair Bolsonaro. O salário desses militares, que variam de R$ 10.027,26 a R$ 37.988,22, custa à União R$ 675 mil por mês, totalizando R$ 8,78 milhões por ano.

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