Polícia resgata vítimas de cárcere privado em clínica clandestina de Anápolis

A Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio da 5ª Delegacia Distrital de Polícia de Anápolis, deflagrou nesta terça-feira, 09, operação policial de fiscalização e desinternação em uma clínica de reabilitação clandestina, no bairro Residencial das Flores, em Anápolis.

A operação teve apoio da Delegacia de Goianápolis, Superintendência de Identificação Humana/PCGO, Polícia Militar, Polícia Científica, Ministério Público, Secretarias Municipal de Saúde e Integração Social, CAPS e Vigilância Sanitária.

A fiscalização resultou na desinternação de pacientes que estavam no local de forma compulsória e em situação degradante. O local mantinha 15 pessoas internadas de forma irregular, sendo muitas delas em situação de cárcere privado.

CLÍNICA CLANDESTINA DE ANÁPOLIS

O estabelecimento funcionava da seguinte forma: familiares contratavam os serviços da clínica, e o estabelecimento providenciava a captura de pessoas, internando-as compulsoriamente de forma irregular, uma vez que a Lei 11.343/2003- Lei de Drogas autoriza a internação compulsória apenas de forma excepcional, após formalização por médico responsável, por no máximo 90 dias, e com comunicação imediata da internação ao Ministério Público.

Além disso, essa internação compulsória deve ser realizada em estabelecimento hospitalar ou unidades de saúde, sendo vedada a sua realização em clínicas de reabilitação (unidades terapêuticas).

A pena dos crimes cometidos pode ultrapassar 5 anos de reclusão. Os internos foram identificados e acolhidos pela assistência social do município de Anápolis e serão encaminhados para suas famílias.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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