Seis perguntas sobre o caso Trump que não foram respondidas

O ex-presidente Donald Trump está prosseguindo com a convenção republicana em Milwaukee esta semana, após uma suposta tentativa de assassinato no sábado, que trouxe grandes implicações para a política e a segurança nacional. Neste contexto, o site Politico levantou seis questões que serão abordadas pelas autoridades policiais, pela campanha de Trump e pelos membros do Congresso:

1. Por que o atirador mirou em Trump?

Um atirador de elite matou o suspeito, Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, pouco depois de ele disparar. Crooks morava em Bethel Park, Pensilvânia, um subúrbio de classe média alta a cerca de uma hora de carro do local onde o comício de Trump foi realizado. Ele trabalhava como auxiliar de dieta no Bethel Park Skilled Nursing and Rehabilitation Center, conforme relatado pelo The New York Times, e não tinha histórico criminal. O FBI ainda está investigando o perfil de Crooks e o que o motivou a realizar o ataque. Para isso, eles entrevistarão amigos e familiares e examinarão seu histórico online, bem como qualquer escrita deixada por ele. Um oficial de polícia disse que os investigadores estavam analisando as postagens de Crooks no Discord, um aplicativo popular para compartilhar mensagens e interagir com outras pessoas. Crooks estava registrado como republicano, mas uma vez doou $15 para o Progressive Turnout Project, uma organização alinhada aos democratas, de acordo com registros públicos. O presidente Joe Biden pediu aos americanos no domingo que não especulassem sobre os motivos do ataque. “Deixem o FBI fazer seu trabalho”, disse ele, ao mesmo tempo em que pediu uma “revisão independente”.

2. Como isso aconteceu enquanto Trump estava sob proteção do Serviço Secreto?

Trump tem proteção do Serviço Secreto 24 horas por dia porque ele é um ex-presidente. Embora seus comícios geralmente atraiam dezenas de milhares de participantes, cada pessoa é submetida a rigorosas verificações de segurança e obrigada a abrir bolsas e passar por detectores de metal para entrar. O atirador disparou contra Trump a cerca de 150 metros de distância, no topo de um telhado que estava perto do comício ao ar livre, mas fora do local do evento. Não está claro por que o Serviço Secreto não garantiu essa área e por que demorou tanto para os oficiais responderem. Uma bala roçou a orelha de Trump, quase atingindo o que muitos disseram que teria sido um golpe fatal na cabeça. Trump caiu no chão após o ocorrido e os seguranças se jogaram sobre ele para protegê-lo. Ao se levantarem, Trump ergueu o punho no ar e incentivou seus seguidores a “lutarem” antes de ele e seus seguranças saírem do palco.

3. O que mais o atirador planejava?

Os oficiais recuperaram um rifle estilo AR perto do corpo de Crooks, mas ainda não disseram como ele adquiriu sua arma. A Associated Press citou duas fontes anônimas dizendo que a arma pertencia ao pai dele. As autoridades relataram encontrar explosivos, incluindo um IED (dispositivo explosivo improvisado), dentro de um carro dirigido por Crooks, localizado perto do comício de Trump. Além disso, materiais para fabricação de bombas foram encontrados na casa de Crooks, segundo a Associated Press.

4. Os republicanos confiarão no FBI para conduzir a investigação?

Republicanos e figuras da mídia conservadora já estão levantando questões sobre se devem confiar no FBI para investigar a tentativa de assassinato. Eles apontam que agentes do FBI realizaram a busca no clube privado de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, depois que ele supostamente se recusou a entregar documentos classificados. O ex-rival republicano nas primárias, Ron DeSantis, apontou a investigação do FBI sobre o tiroteio no treino de beisebol do Congresso em 2017 como um sinal de que a “burocracia” de Washington pode não estar à altura da tarefa.

5. Como a tentativa de assassinato afetará a Convenção Nacional Republicana?

Os oficiais disseram no domingo que não fariam mudanças operacionais na segurança da Convenção Nacional Republicana, dado que já haviam realizado um planejamento extensivo durante o último ano e meio. Não há “ameaças articuladas conhecidas” contra a convenção ou qualquer pessoa visitando o evento, disse o Agente Especial encarregado do FBI, Michael Hensle.

6. Como o tiroteio mudará a campanha antes da eleição?

A campanha de Biden retirou anúncios digitais do ar logo após o tiroteio e interrompeu os planos de viagem de campanha e oficiais do presidente. A vice-presidente Kamala Harris adiou uma próxima parada de campanha em West Palm Beach, Flórida, onde estava programada para discutir direitos ao aborto perto da base de Trump. O evento havia sido anunciado apenas algumas horas antes do início do comício de Trump no sábado. Além disso, Biden reprogramou uma viagem ao Texas para comemorar o 60º aniversário da Lei dos Direitos Civis durante uma visita à Biblioteca Presidencial LBJ. Ele, em vez disso, fará uma entrevista planejada na NBC desde a Casa Branca e continuará com um evento de campanha em Las Vegas na terça-feira. Um funcionário da campanha de Biden disse ao Politico que, após sua entrevista na segunda-feira, Biden e o Comitê Nacional Democrata “continuarão destacando o contraste entre nossa visão positiva para o futuro e a agenda retrógrada de Trump e dos republicanos ao longo da semana.”

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Lula promete zerar fome no país até fim do mandato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu no sábado, 16, que, até o fim do mandato, nenhum brasileiro vai passar fome no país. A declaração foi feita no último dia do Festival Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, na região central do Rio de Janeiro.

“Quero dizer para os milhões de habitantes que passam fome no mundo, para as crianças que não sabem se vai ter alimento. Quero dizer que hoje não tem, mas amanhã vai ter. É preciso coragem para mudar essa história perversa”, disse o presidente. “O que falta não é produção de alimentos. O mundo tem tecnologia e genética para produzir alimentos suficientes. Falta responsabilidade para colocar o pobre no orçamento público e garantir comida. Tiramos 24 milhões de pessoas da fome até agora. E em 2026, não teremos nenhum brasileiro passando fome”.

O evento encerrou a programação do G20 Social, que reuniu durante três dias representantes do governo federal, movimentos sociais e instituições não governamentais. Na segunda, 18, e terça-feira, 19, acontece a Cúpula do G20, com os líderes dos principais países do mundo. A discussão de iniciativas contra a fome e a pobreza são bandeiras da presidência brasileira do G20.

“Quando colocamos fome para discutir no G20, era para transformar em questão politica. Ela é tratada como uma questão social, apenas um número estatístico para período de eleição e depois é esquecida. Quem tem fome é tratado como invisível no país”, disse o presidente. “Fome não é questão da natureza. Não é questão alheia ao ser humano. Ela é tratada como se não existisse. Mas é responsabilidade de todos nós governantes do planeta”.

O encerramento do festival teve a participação dos artistas Ney Matogrosso, Maria Gadú, Alceu Valença, Fafá de Belém, Jaloo Kleber Lucas, Jovem Dionísio, Tássia Reis, Jota.Pê e Lukinhas.

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