Apagão cibernético global causa atrasos em voos e afeta serviços bancários e de comunicação

Um apagão cibernético global nesta sexta-feira,19, impactou diversos setores, incluindo aviação, bancos, telecomunicações e mídia. A falha foi causada por uma atualização defeituosa no software de segurança Falcon Sensor da empresa norte-americana CrowdStrike, que resultou em travamentos no sistema operacional Windows da Microsoft, exibindo a chamada “tela azul da morte”.

No Brasil, a companhia aérea Azul foi uma das afetadas, com atrasos em voos devido à intermitência no sistema de gestão de reservas. No Aeroporto Internacional de Brasília, administrado pela Inframerica, cinco voos da Azul decolaram com atraso e outros três ainda estavam atrasados até as 11 horas. No Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, o check-in passou a ser feito manualmente, minimizando os impactos.

A Força Aérea Brasileira informou que o sistema de controle do espaço aéreo não foi afetado, mantendo todos os equipamentos e softwares operando normalmente. Contudo, aeroportos internacionais, incluindo Tóquio, Amsterdã, Berlim e vários terminais na Espanha, relataram problemas nos sistemas e atrasos. Companhias aéreas como American Airlines, Delta Airlines, United Airlines e Allegiant Air suspenderam seus voos devido a problemas de comunicação.

Além do setor aéreo, o apagão afetou os serviços bancários. Clientes do Bradesco enfrentaram dificuldades com o aplicativo do banco, que ficou fora do ar temporariamente. O banco recomendou que os clientes não desinstalassem o aplicativo para evitar a perda da chave de segurança. Em nota, o Bradesco informou que estava trabalhando para regularizar a situação o mais rápido possível. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que a maioria das instituições financeiras brasileiras normalizou seus serviços ainda pela manhã.

No Reino Unido, sistemas de reservas médicas ficaram offline, e a emissora Sky News interrompeu suas transmissões ao vivo. Globalmente, bancos e outras instituições financeiras de países como Austrália, Índia e África do Sul também alertaram seus clientes sobre falhas nos serviços.

George Kurtz, CEO da CrowdStrike, declarou que o problema já foi identificado, isolado e corrigido, assegurando que não se tratava de um incidente de segurança ou ataque cibernético. A CrowdStrike está trabalhando ativamente com os clientes afetados e recomenda que as organizações mantenham a comunicação com seus representantes por meio de canais oficiais para garantir a segurança e estabilidade dos sistemas.

Este incidente sublinha a dependência crítica de sistemas de TI seguros e resilientes e a necessidade de protocolos de resposta rápida para minimizar os impactos de falhas tecnológicas em escala global.

 

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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