A disfunção erétil (DE) afeta cerca de 100 milhões de homens no mundo, com uma prevalência de aproximadamente 50% após os 40 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). No Brasil, isso corresponde a cerca de 16 milhões de homens. Mais que um problema sexual, a DE está associada a um maior risco de ataques cardíacos, AVCs e problemas circulatórios nas pernas, conforme a American Heart Association.
Para enfrentar essa condição, um brasileiro chamado Rodrigo Araújo, em colaboração com o pesquisador suíço Nikos Stergiopulos, desenvolveu um dispositivo inovador chamado CaverSTIM. Este “viagra eletrônico” utiliza um controle remoto para combater a disfunção erétil, funcionando como um marcapasso que entrega estímulos diretamente aos nervos da região pélvica que causam a ereção. Os eletrodos são implantados por meio de uma cirurgia, e o dispositivo é acionado remotamente para gerar os estímulos necessários.
Atualmente, o CaverSTIM está em fase de testes e tem mostrado resultados promissores. Os testes incluem pacientes que passaram por cirurgia de retirada da próstata devido ao câncer, uma situação que frequentemente leva à disfunção erétil. Nestes casos, o dispositivo é utilizado durante a fase de terapia dos nervos, ajudando na reabilitação e permitindo que os pacientes recuperem a função erétil sem necessidade contínua do controle remoto.
Os testes estão sendo realizados em pacientes nos Estados Unidos, Austrália e Brasil, com 12 pacientes usando o dispositivo por pelo menos seis meses sem apresentar efeitos colaterais. A expectativa é que o CaverSTIM possa ser utilizado não só por pacientes que retiraram a próstata, mas também por pessoas com disfunção erétil de outras origens e lesões medulares, funcionando de maneira contínua e não apenas como terapia temporária.
Além do CaverSTIM, um estudo recente explorou o uso de ondas eletromagnéticas como tratamento para a disfunção erétil. Vinte homens de meia-idade participaram de uma pesquisa onde se sentaram em uma cadeira magnética que direcionava pulsos para a virilha, estimulando e fortalecendo os músculos ligados ao pênis. Os resultados, publicados no Archivio Italiano di Urologia e Andrologia, mostraram uma melhora significativa na função erétil dos participantes após um período de tratamento de oito semanas.
Com o avanço dessas novas tecnologias, como o CaverSTIM e as terapias magnéticas, as opções de tratamento para a disfunção erétil estão se expandindo, oferecendo esperança para milhões de homens que enfrentam essa condição debilitante. A previsão é que o CaverSTIM seja apresentado aos órgãos reguladores e possa estar disponível no mercado até 2027.