Vírus Nipah, altamente letal e sem cura, mata adolescente de 14 anos na Índia

Um adolescente de 14 anos morreu na Índia após ser infectado pelo vírus Nipah, informou o Ministério da Saúde do país. O jovem, residente da cidade de Pandikkad, no estado de Kerala, faleceu no domingo, apenas um dia após ser diagnosticado com a doença, que ataca o cérebro e pode ser transmitida a pessoas próximas ao infectado. As autoridades locais imediatamente isolaram e testaram todas as pessoas que tiveram contato com o adolescente.

De acordo com a ministra da Saúde de Kerala, Veena George, os moradores da região foram aconselhados a usar máscara em locais públicos como medida de precaução. O vírus Nipah, identificado pela primeira vez em 1999 na Malásia, é transmitido para seres humanos através da ingestão de alimentos contaminados ou pelo contato com fluidos corporais de morcegos, porcos ou pessoas infectadas.

O que é o vírus Nipah?

O Nipah pertence à família dos paramixovírus, a mesma da qual fazem parte os causadores da caxumba e do sarampo. O vírus é considerado prioritário pela Organização Mundial da Saúde (OMS) devido ao seu potencial pandêmico e à inexistência de vacinas ou tratamentos específicos. Os principais reservatórios do vírus são os morcegos que comem frutas, mas ele também pode ser transmitido por porcos e diretamente entre humanos.

Sintomas e transmissão

Os sintomas da infecção pelo vírus Nipah incluem dores de cabeça, dificuldade para respirar, tosse, febre e possibilidade de inchaço cerebral. O período de incubação varia de 4 a 14 dias, mas há registros de até 45 dias. A infecção pode causar encefalite grave, afetando o sistema nervoso central e levando a alteração do nível de consciência, convulsões, náuseas e vômitos. Quadros de pneumonia também podem surgir.

Em 2023, cerca de 10 pessoas morreram pelo Nipah na Índia, de um total de 14 infectados, o maior número de casos em sete anos, segundo o Instituto de Epidemiologia, Controle de Doenças e Pesquisa (IEDCR). A taxa de letalidade do vírus varia entre 40% e 75%, de acordo com a OMS.

Medidas de controle e desafios

A qualidade, quantidade e o tipo de amostra clínica, bem como o tempo necessário para transferir as amostras para o laboratório, afetam a precisão dos diagnósticos. Isso dificulta a identificação e o controle de surtos. As autoridades de saúde da Índia estão monitorando de perto o estado de Kerala, onde 60 pessoas foram identificadas como de alto risco após a morte do adolescente.

Em janeiro deste ano, um homem morreu em Bangladesh após contrair o vírus Nipah ao beber suco de tâmaras não processado corretamente. Desde a primeira identificação do vírus, surtos foram registrados na Malásia, Singapura, Índia e Bangladesh, causando centenas de mortes. A falta de tratamentos eficazes ou vacinas torna o vírus Nipah uma ameaça significativa à saúde pública global.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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