Polícia desarticula associação que aplicava golpe “bença, tia”

A Polícia Civil, por meio da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), desarticulou uma associação criminosa que aplicava golpes conhecidos popularmente como “bença, tia”. De acordo com a Deic, os golpes dos estelionatários atingiam pessoas de todo o Brasil e chegava à cifras de R$ 50 mil por ano.

A investigação durou um ano. No período, foram identificadas vítimas em Goiás, Ceará, São Paulo, Paraíba, Pernambuco e Pará. Policiais civis cumpriram 24 mandados. Um dos estelionatários já estava detido e aplicava o golpe de dentro do presídio.

“São pessoas que têm parentes no sistema prisional que aplicam o golpe”, explicou a delegada responsável pela operação, Mayana Rezende. “Mas essas pessoas não têm como receber sua parte dentro do presídio. Então, elas indicam contas de parentes aqui fora que recebem o dinheiro. Nós temos os agenciadores, as pessoas que vendem as contas, temos os parentes de presidiários que utilizam sua conta para receber dinheiro do golpe e temos pessoas que estão cumprindo pena e fazem as ligações para aplicar o golpe”, completou.

De acordo com a delegada, o “bença, tia” é um golpe simples e bem conhecido. Entretanto, ele continua acontecendo porque várias vítimas não acionam a polícia.

“Muitas vítimas não chegam sequer a registrar o boletim de ocorrência, porque ficam com vergonha de terem caído no golpe. É importante procurar a Polícia Civil e registrar o boletim para que os estelionatários sejam punidos”, disse.

Os presos na operação vão responder por estelionato e associação criminosa.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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