Plataforma Ser Goiás alcança todos os estudantes da rede estadual

Com milhares de acessos em toda a rede estadual de ensino no primeiro semestre letivo de 2024, a plataforma do Sistema Educacional de Recuperação da Aprendizagem (Ser Goiás) tem contribuído com a aprendizagem de 275.949 estudantes em todo o estado. A multiplataforma é desenvolvida pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), em parceria com a Fundação Sagres.

A solução educacional envolve tecnologia que permite a análise de cada regional de ensino e unidade escolar. A partir da frequência de uso e do desempenho dos alunos são adotadas estratégias personalizadas, que apoiam o professor na consolidação do ensino e no acompanhamento do estudante periodicamente.

Os dados indicam que mais de 30 milhões de atividades foram realizadas e em algumas das Coordenações Regionais de Educação (CREs) de Goiás, a taxa de participação está acima de 99%. Na CRE de Goiatuba, por exemplo, o alcance de acessos por parte dos estudantes registrados no ambiente virtual de aprendizagem foi de 99,30%.

Ainda no topo da lista de regionais com mais acesso estão Trindade, Silvânia, Mineiros, Itaberaí e Iporá.

O aumento do alcance impactou diretamente no desempenho nas atividades de Língua Portuguesa e Matemática nas unidades escolares goianas. Na Escola Estadual Alfredo Nasser, de Goiatuba, o desempenho positivo dos estudantes nestas áreas do conhecimento ultrapassa os 97%.

No mês de junho, o ambiente digital de aprendizagem bateu recorde de acessos, ultrapassando por diversas vezes a marca dos 50 mil acessos diários.

“Estamos fazendo avaliações periódicas com os estudantes e podemos identificar onde está a dificuldade do aluno em cada componente curricular. É possível personalizar o conteúdo e compreender de forma mais eficaz o que precisa ser estimulado conforme a regional e a escola,” explica a superintendente de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Seduc, Giselle Faria.

A superintendente informa ainda que, por meio do monitoramento, é possível identificar os estudantes que não estão acessando a plataforma e mobilizá-los com comunicação on-line e nas escolas.

De acordo com a gerente do Ensino Fundamental da Seduc, Tamara Trentin, no primeiro semestre de 2024, o comprometimento dos estudantes e professores com a aprendizagem pôde ser observado.

“Programas ofertados pela plataforma, como o ‘Desafio Crescer’ e as atividades das aulas da Formação Geral Básica, tiveram alta adesão,” afirma ela.

Além disso, Tamara Trentin explica que houve um significativo envolvimento com outros programas, como a série “Só Vem”, voltada para o componente curricular de Projeto de Vida, e dentro da eletiva de “Meio Ambiente” o ambiente virtual, que disponibiliza materiais para refletir sobre práticas sustentáveis a partir do protagonismo estudantil.

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Ministro do STJ diz que autismo é ‘problema’ e que clínicas são ‘passeios’

Na última sexta-feira, 22, durante um evento em São Paulo, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antônio Saldanha, fez declarações polêmicas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Saldanha afirmou que o autismo é um “problema” e que as clínicas especializadas em tratamento promovem “passeios na floresta” para as crianças.
“Para os pais, é uma tranquilidade saber que o seu filho, que tem um problema, vai ficar de 6 a 8 horas por dia em uma clínica especializada, passeando na floresta. Mas isso custa,” disse Saldanha durante o Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde. Essa comparação gerou forte reação entre os presentes e na comunidade autista.
 
A advogada Aline Plentz, que coordena um grupo que luta pelos direitos de pessoas autistas na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Jabaquara (SP), se sentiu ofendida pelas palavras do ministro. “Eu, como mãe de um autista, me senti totalmente ofendida. Não é uma tristeza ter uma pessoa com deficiência na família. Tristeza é ter um ministro nos representando e ter uma fala tão infeliz como esta,” destacou.
A promotora de Justiça do Amapá, Fábia Nilci Santana de Souza, também criticou as declarações de Saldanha. “Foi muito infeliz a fala, quando ele mencionou que, aos pais, era muito cômodo encaminhar os filhos para uma clínica, para ficarem 6 ou 8 horas. Eu tenho um filho autista de 17 anos, ele sofre por isso, a família sofre. E não existe a família ficar feliz quando tem um filho com transtorno que sofre discriminação, sofre exclusão,” disse.

Crítica à Lei Romário

Durante a palestra, transmitida no canal do YouTube do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Saldanha criticou a Lei Romário, que instituiu critérios para que beneficiários de planos de saúde possam solicitar a cobertura de procedimentos não incluídos no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Essa Lei 14.454, chamada de Lei Romário, porque o senador Romário foi indicado como relator. Não por acaso, mas ele tem um filho com problemas de cognição, uma filha, não sei bem… É uma lei que abriu, não fala em medicina baseada em evidência, ela fala o seguinte: se vier um laudo técnico, tem que conceder [tratamento],” explicou.
Saldanha também afirmou que “qualquer um” pode ter “fator de autismo”. “Então, crianças que estão dentro do espectro, Transtorno do Espectro Autista, que é uma abrangência, o autismo pode ser, qualquer um de nós pode ter um fator de autismo, qualquer um de nós, acredito que eu, deva ter também, mas é um espectro enorme e começaram a brotar clínicas de autismo.”
 
O autismo, segundo o Ministério da Saúde, é um problema no desenvolvimento neurológico que prejudica a organização de pensamentos, sentimentos e emoções. As características incluem dificuldade de comunicação, socialização e comportamento limitado e repetitivo. Os sinais de alerta surgem nos primeiros meses de vida, mas a confirmação do diagnóstico costuma ocorrer aos dois ou três anos de idade.

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