Advogado denuncia abordagem violenta após policiais invadirem casa, em Trindade

Um advogado de Trindade, na Região Metropolitana da capital, denunciou ter sido agredido por policiais durante uma abordagem conturbada na residência onde mora. Wanderson Ferreira Rodrigues informou que está em casa, comemorando o Dia dos Pais, quando os militares invadiram sua residência e passaram a abordá-lo de forma agressiva. O caso foi registrado em vídeo pela filha do defensor.

A abordagem ocorreu no último sábado, 10. Em entrevista ao g1, Wanderson contou que estava comemorando a data com a família no sábado pois o pai, que mora em Caldas Novas, iria retornar para casa no dia seguinte. A família foi surpreendida pelos PMs, que invadiram a residência sem possui nenhum tipo de mandado.

“Eles falaram que o meu pai era traficante. Falei que ele não era traficante, que eu era advogado. Eles não quiseram saber, me puxaram naquele momento. Disseram que ia me conduzir para fora. Falei que não iria sair de dentro da minha residência porque a prisão foi ilegal, foi invasão de domicílio”, detalhou Wanderson.

O advogado informou que os policiais tentaram forjar um flagrante, mas não encontraram nada suspeito na residência. Neste momento, o advogado contou que policiais passaram a agredir a filha menor de idade que gravava o momento da abordagem. “Ele a jogou no chão, tomou o celular e a chutou. Minha esposa saiu em defesa dela, e foi quando tudo virou uma bagunça”, explicou o advogado.

Os policiais chegaram a apagar o vídeo da abordagem do telefone da adolescente, mas o conteúdo foi recuperado. Exames de corpo de delito realizados na menina, no advogado e em sua esposa confirmaram escoriações no corpo das vítimas.

“Ao sair de casa, eles torceram o meu braço, os vizinhos interviram, falaram que eu era advogado. Depois de toda a violência, eles pegaram os documentos, viram que não tinha nada. Chamei a OAB-GO e gravei os vídeos”, pontuou Wanderson.

Veja o vídeo da abordagem:

O que diz a PM?

Em nota, a Polícia Militar de Goiás (PMGO) informou que realizavam uma abordagem de quatro pessoas quando um deles correu e entrou na residência do advogado. Ao tentar entrar na casa, a equipe foi recebida de forma hostil por Wanderson que, segundo a corporação, “proferiu injúrias e ameaças contra os policiais e resistiu ativamente à abordagem”.

Wanderson foi preso em flagrante e conduzido até a Central de Flagrante, suspeito de resistência e desacato. No processo que detalha a prisão, os policiais alegaram que foram xingados e empurrados por ele.

Além disso, os policiais afirmaram que houve resistência no momento da prisão e que o advogado resistiu quando tentaram levá-lo para foram da casa. O processo também conta que os agentes sofreram escoriações no momento da abordagem.

Nota da OAB

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) informou que irá solicitar ao Comando da Polícia Militar a apuração da denúncia de ação abusiva contra o advogado e a família.

O caso é acompanhado pela Comissão de Direitos e Prerrogativas (CDP) e pela subseção de Trindade, que também presta apoio ao advogado.

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Investigação sobre empresário argentino ligado a tentativa de golpe de Estado em 2022 e estrategista de presidente da Argentina

Paulo Cappelli é um jornalista conhecido por suas investigações e reportagens polêmicas. Em um de seus artigos mais recentes, ele traz à tona informações sobre o empresário argentino Fernando Cerimedo, estrategista de Javier Milei, presidente da Argentina. Segundo um relatório da Polícia Federal (PF), Cerimedo teria sido indiciado por participação em uma tentativa de golpe de Estado em 2022, juntamente com outras 36 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

No centro da polêmica está uma live realizada por Cerimedo em novembro de 2022, na qual ele apontou uma suposta fraude nas eleições que elegeram Lula como presidente do Brasil. O empresário, que administrava o canal “La Derecha Diário” no YouTube, apresentou um dossiê que alegava ter evidências de que houve manipulação nos resultados eleitorais. Essas alegações foram posteriormente divulgadas por apoiadores de Bolsonaro, gerando repercussão na mídia e nas redes sociais.

Cerimedo se autointitulava como um apoiador de Bolsonaro e afirmava ter colaborado na campanha presidencial de 2018. Ele também revelou ter se encontrado com Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, pouco antes do segundo turno das eleições de 2022. O empresário apresentou como principal argumento para a suposta fraude o fato de que cinco modelos de urnas eletrônicas teriam registrado mais votos para Lula do que para Bolsonaro, alegando que essas urnas não teriam passado por testes de segurança.

No entanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desmentiu as alegações de Cerimedo, demonstrando que todos os modelos de urnas eletrônicas usados nas eleições de 2022 foram submetidos a testes rigorosos realizados por instituições renomadas. O relatório final do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e está sob a responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes.

Em 2023, Fernando Cerimedo passou a atuar como estrategista digital na campanha do candidato à presidência da Argentina, Javier Milei. Em entrevistas à imprensa local, Cerimedo admitiu utilizar estratégias controversas, como o uso de “fazendas de trolls”, para promover o engajamento do público e disseminar informações negativas sobre os adversários de Milei. Essas táticas ajudaram o candidato de direita a conquistar o apoio de jovens eleitores descontentes com a política tradicional e levaram à sua vitória nas eleições de agosto do ano passado.

Se você tiver informações ou sugestões para a coluna de Paulo Cappelli, você pode entrar em contato pelo WhatsApp no número (61) 99364-9292. Acompanhe as investigações e reportagens exclusivas do jornalista para ficar por dentro dos bastidores políticos e das polêmicas que marcam a atualidade.

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