Inmet alerta sobre riscos da baixa umidade na região central do país

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou alertas sobre os riscos causados pela baixa umidade em diversas partes do país, com maior intensidade no Centro-Oeste e parte do Sudeste, onde a umidade relativa do ar poderá ficar abaixo de 12%.

A situação mais preocupante, com alerta de “grande perigo”, abrange a região central do país, incluindo o oeste de Minas Gerais e o noroeste de São Paulo.

De acordo com o aviso do Inmet, com umidade entre 12% e 20% há risco potencial de incêndios florestais e de problemas de saúde, em especial doenças pulmonares, dores de cabeça, ressecamento da pele e desconforto nos olhos, boca e nariz.

As áreas mais afetadas são Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, bem como áreas do Sudeste como São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Araçatuba, em São Paulo; Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, em Minas Gerais.

Nessas localidades, a indicação é de que as pessoas bebam bastante líquido – mas que se evite bebidas diuréticas como café e álcool – e que evitem atividades físicas e exposição ao sol nas horas mais quentes e secas do dia. É também recomendado o uso de hidratante para a pele e que se umidifique o ambiente.

O Inmet divulgou também um alerta de perigo potencial em uma área mais ampla, onde a umidade relativa do ar deverá variar entre 20% e 30%, pegando não apenas Centro Oeste e Sudeste, como o Sul do país e a parte oeste do Nordeste, incluindo o oeste do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia, e boa parte do Maranhão, Piauí e Ceará.

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Ministro do STJ diz que autismo é ‘problema’ e que clínicas são ‘passeios’

Na última sexta-feira, 22, durante um evento em São Paulo, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antônio Saldanha, fez declarações polêmicas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Saldanha afirmou que o autismo é um “problema” e que as clínicas especializadas em tratamento promovem “passeios na floresta” para as crianças.
“Para os pais, é uma tranquilidade saber que o seu filho, que tem um problema, vai ficar de 6 a 8 horas por dia em uma clínica especializada, passeando na floresta. Mas isso custa,” disse Saldanha durante o Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde. Essa comparação gerou forte reação entre os presentes e na comunidade autista.
 
A advogada Aline Plentz, que coordena um grupo que luta pelos direitos de pessoas autistas na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Jabaquara (SP), se sentiu ofendida pelas palavras do ministro. “Eu, como mãe de um autista, me senti totalmente ofendida. Não é uma tristeza ter uma pessoa com deficiência na família. Tristeza é ter um ministro nos representando e ter uma fala tão infeliz como esta,” destacou.
A promotora de Justiça do Amapá, Fábia Nilci Santana de Souza, também criticou as declarações de Saldanha. “Foi muito infeliz a fala, quando ele mencionou que, aos pais, era muito cômodo encaminhar os filhos para uma clínica, para ficarem 6 ou 8 horas. Eu tenho um filho autista de 17 anos, ele sofre por isso, a família sofre. E não existe a família ficar feliz quando tem um filho com transtorno que sofre discriminação, sofre exclusão,” disse.

Crítica à Lei Romário

Durante a palestra, transmitida no canal do YouTube do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Saldanha criticou a Lei Romário, que instituiu critérios para que beneficiários de planos de saúde possam solicitar a cobertura de procedimentos não incluídos no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Essa Lei 14.454, chamada de Lei Romário, porque o senador Romário foi indicado como relator. Não por acaso, mas ele tem um filho com problemas de cognição, uma filha, não sei bem… É uma lei que abriu, não fala em medicina baseada em evidência, ela fala o seguinte: se vier um laudo técnico, tem que conceder [tratamento],” explicou.
Saldanha também afirmou que “qualquer um” pode ter “fator de autismo”. “Então, crianças que estão dentro do espectro, Transtorno do Espectro Autista, que é uma abrangência, o autismo pode ser, qualquer um de nós pode ter um fator de autismo, qualquer um de nós, acredito que eu, deva ter também, mas é um espectro enorme e começaram a brotar clínicas de autismo.”
 
O autismo, segundo o Ministério da Saúde, é um problema no desenvolvimento neurológico que prejudica a organização de pensamentos, sentimentos e emoções. As características incluem dificuldade de comunicação, socialização e comportamento limitado e repetitivo. Os sinais de alerta surgem nos primeiros meses de vida, mas a confirmação do diagnóstico costuma ocorrer aos dois ou três anos de idade.

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