Goiânia registrou, até o momento, dois surtos isolados de diarreia aguda (DDA) – quando duas pessoas ou mais apresentam sintomas semelhantes após ingerirem alimentos e/ou água da mesma origem – em agosto. Os casos ocorreram em duas escolas e seguem sendo investigados pela saúde municipal. Uma criança precisou ser internada, mas já está em casa. As notificações foram feitas nos dias 13/8 e 16/8. Não há surto generalizado da doença na capital.
“Nos dois locais foram feitas coletas que estão sendo analisadas no Laboratório Estadual de Saúde Pública (Lacen) para que o agente etiológico, ou seja, a causa dos surtos seja identificada”, explica Marília de Castro, da Vigilância Epidemiológica da saúde municipal.
A coordenadora do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), Amanda Gomes, explica que, além do acompanhamento dos casos, a equipe de campo atua também na orientação das instituições e familiares sobre o que deve ser feito para conter o avanço da doença.
As orientações se dão em relação às práticas de higiene pessoal e coletiva, além do manejo adequado de alimentos para consumo. “Entre as principais orientações está o cuidado com a lavagem das mãos, que deve ser feita sempre com água limpa e sabão nas seguintes situações: antes de preparar ou ingerir alimentos, após o manuseio de carnes cruas ou terra, após ir ao banheiro, utilização do transporte público, tocar em superfícies sujas, tocar em animais, sempre que voltar da rua, antes e após amamentar e trocar fraldas”, explica.
Outro alerta é sobre o consumo de carnes mal passadas ou cruas. A orientação é para que estejam bem cozidas ou assadas. “Também é preciso higienizar adequadamente as hortaliças e frutas, tomar cuidado com o preparo e acondicionamento dos alimentos e consumir água tratada. Orientamos também para que a criança com sintomas não vá para a escola, ela deve ficar em casa e, se tiver mais de três episódios de diarreia em um único dia, deve ser levada ao médico”, orienta Amanda.
Marília de Castro esclarece que quadros de diarreia aguda ocorrem o ano todo, mas nas últimas quatro semanas houve um aumento em relação ao mesmo período de 2023. “Tivemos uma média de 230 casos a mais, por semana, o que não é alarmante para uma cidade do tamanho de Goiânia. Ainda não sabemos a causa, mesmo assim os cuidados gerais são importantes para que a doença seja evitada”, destaca.
Em 2023, Goiânia registrou 26.350 casos de diarreia, neste ano, até o momento, foram 19.032. Nas últimas quatro semanas foram uma média de 800 casos semanais e, no mesmo período de 2023, cerca de 570 casos.
Diarreia aguda
A diarreia aguda pode ser causada por bactéria, transmitida na água e alimentos contaminados; vírus como o rotavírus que passa de pessoas para pessoa; parasitas e fungos. O vírus é a causa mais comum, mas ambos podem causar a gastroenterite – inflamação do trato intestinal, desde o estômago até o intestino.
Os principais sintomas são: vômito, diarreia, dor abdominal, falta de apetite e desidratação. “Crianças, idosos e pacientes imunossuprimidos tendem a desidratar com mais rapidez que os adultos. Por isso, é importante levá-los ao médico tão logo os sintomas apareçam, para garantir que o quadro não se agrave”, alerta Marília.